O desafio de Abel Matos Santos, único candidato assumido à sucessão de Assunção Cristas no congresso de janeiro de 2020, a João Almeida e Filipe Lobo d'Ávila foi feito na reunião do conselho nacional dos centristas, reunido na quinta-feira à noite, na sede do partido, em Lisboa.
"Eles teoricamente são candidatos porque apresentam moções de estratégia global", sublinhou o dirigente da TEM, anotando que "há aqui uma vergonha, um encolhimento que não se entende" da parte dos dois potenciais candidatos à liderança.
Matos Santos argumentou que "uma pessoa que tem um contributo a dar ao partido, que quer apresentar uma moção, não tem de ter medo de se afirmar como candidato a líder".
"É fundamental que o partido reúna os seus militantes, reúna as suas bases e que faça esse exercício de discussão interna e isso só se faz assente em candidaturas", insistiu.
Sobre regresso do ex-líder Manuel Monteiro, que deixou o CDS e tem a refiliação por concluir, Abel Matos Santos defendeu que "seria um sinal muito importante, muito positivo de reconciliação" se a presidente "rapidamente despachasse" o processo que "parece que está na gaveta". O que "só pode ser entendido como um ato censório e que não cabe num partido que se diz pluralista e democrático", considerou.
Na primeira parte do conselho nacional, depois da intervenção da líder, intervieram João Almeida, Francisco Rodrigues dos Santos e Filipe Lobo d'Ávila.
Cerca das 00:00, eram mais de 50 os conselheiros inscritos para intervir, que, se todos cumprirem os quatro minutos, pode prolongar a reunião até cerca das 03:00.
O 28.º congresso nacional do CDS-PP, para decidir a sucessão de Assunção Cristas, vai realizar-se, em 25 e 26 de janeiro de 2020, por decisão do conselho nacional.
Na reunião, Assunção Cristas anunciou que vai renunciar ao cargo de deputada, mas vai ficar no parlamento até ao congresso, em finais de janeiro, mantendo-se, porém, como vereadora na Câmara de Lisboa, para que foi eleita nas autárquicas de 2017.