Maria João Rodrigues afirmou, em entrevista ao jornal i, que “hoje há um real défice democrático e a Europa é uma máquina muito complicada de entender para o cidadão comum”, num momento em que se verificam grandes assimetrias. “Quando se chega a um ponto em que a taxa de desemprego entre jovens pode variar entre 6% num país e 60% noutro é um grau de urgência gravíssimo”, exemplificou.
Para a conselheira especial das instituições comunitárias, “a União Europeia e Monetária deixou de funcionar como uma união. Hoje o sistema bancário da Europa está fragmentado e os recursos financeiros já não circulam como há três anos” e “as decisões estão muito dependentes do que acontecer na Alemanha”.
Em relação ao nosso País, a ex-ministra afirmou que “Portugal é ouvido pelos países grande” e a forma de “valorizar o seu papel não é apenas vir com reivindicações para resolver o seu problema, é vir com soluções de conjunto e de como a Europa pode resolver o seu problema”.
Ainda assim, “o Governo não tem investido o suficiente nessa frente”, algo que “exige muito tempo de trabalho e uma real convicção de que Portugal pode ser um actor com impacto real na construção europeia”.
Maria João Rodrigues mostrou-se, ainda, preocupada com a situação de Portugal, que “se continuar na situação em que está, terá anos muito difíceis pela frente”.
“Portugal está confrontado com uma grande opção: ou consegue fazer parte do movimento que altere o quadro europeu ou pode ser empurrado a considerar a hipótese de sair do euro. Da forma que está, as coisas não estão bem”, rematou.