"O PSD está disponível para reformar a saúde em Portugal e sabemos o caminho que tem de ser percorrido para salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Portanto, não vale a pena falarem em pactos de regime e outros acordos que não sejam para reformar o sistema de cima a baixo", afirmou o vice-presidente da bancada do PSD Ricardo Baptista Leite.
O deputado do PSD contrapôs, contudo, que, se o PS quiser continuar a negociar os Orçamentos do Estado "como se de uma mercearia se tratasse, então que continue a ir ao supermercado da Geringonça".
O presidente e líder parlamentar social-democrata, Rui Rio, não esteve presente pelo menos na fase de abertura da interpelação marcada pelo PSD, a primeira desta legislatura.
Baptista Leite traçou um quadro negro do setor, passando pelo aumento das listas de espera para consultas e cirurgias e as condições dos profissionais do setor.
"A conversa sobre a exclusividade dos médicos não passa de uma cortina de fumo. A pergunta que deveriam fazer é: porque é que os médicos, que o Governo quer por via da força obrigar a ficar no SNS, afinal querem sair?", questionou.
Baptista Leite criticou ainda as recentes declarações de dirigentes socialistas, como Carlos César e Ana Catarina Mendes, a admitir problemas na saúde.
"Diziam que o SNS nunca havia produzido melhores resultados nos seus 40 anos de existência. Mas depois vieram as eleições e tudo mudou. Foi a epifania", criticou.
O deputado do PSD alertou que os problemas do SNS atingem sobretudo os mais desfavorecidos: "Quem pode, resolve recorrendo ao privado. Os que não têm esses recursos nada mais podem fazer senão aguentar, sofrer ou morrer", atacou.
"Um Estado que falha perante os mais vulneráveis, é um Estado que falha perante todo o país", acusou, desafiando o primeiro-ministro, António Costa, a ter a humildade de "reconhecer que falhou na saúde".
Retomando uma ideia lançada num debate da anterior legislatura sobre saúde, em que acusou o Governo de ter "deixado entrar o diabo" no SNS, Baptista Leite acusou os socialistas de nada terem feito para alterar a situação.
"Deixaram o diabo à solta e agora o nosso SNS está transformado num autêntico inferno", acusou.