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Matos Fernandes "tem de medir melhor o peso das palavras"

Ex-diplomata comentou a sugestão do ministro de deslocar localidades no Baixo Mondego.

Matos Fernandes "tem de medir melhor o peso das palavras"
Notícias ao Minuto

12:46 - 27/12/19 por Notícias Ao Minuto

Política Seixas da Costa

O ex-diplomata Francisco Seixas da Costa comentou, no Twitter, a sugestão do ministro do Ambiente, Matos Fernandes, de deslocalizar aldeias do Baixo Mondego.

"Tenho a maior simpatia pelo ministro do Ambiente. E é precisamente por isso que acho que ele tem de medir melhor o peso das palavras: falar na hipótese de deslocação física de localidades é um tema a cuja imensa delicadeza um político não pode deixar de ser sensível", escreveu na rede social, esta quinta-feira. 

Recorde-se que Matos Fernandes no Jornal 2, da RTP2, esta segunda-feira à noite, afirmou: "Aquelas aldeias sabem que estão numa zona de risco, num rio que sempre teve cheias. (...) Mas sim, paulatinamente, aquelas aldeias vão ter que ir pensando em mudar de sítio, porque não esperemos que esta capacidade que temos de dois mil metros cúbicos, que conseguimos chegar aos dois mil e duzentos, possa vir a crescer".

No dia seguinte, Emílio Torrão, presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, comentou na antena da RTP1 esta sugestão do ministro. "É uma perspetiva que pode ser encarada mas é muito mais difícil mudar quem quer que seja, tirar qualquer pessoa da residência, quanto mais tirar as pessoas do seu local habitual", considerou, acrescentando que "estas pessoas já têm uma cultura de cheia e já estão habituadas a viver com este tipo de fenómenos", agora agravados pelas alterações climáticas. 

"Essa é uma via de pensamento mas não é a que está, no imediato, na ordem do dia", reiterou. 

Recorde-se que, no rio Mondego, a rutura de dois diques provocou cheias em Montemor-o-Velho, onde várias zonas foram evacuadas e uma grande área, incluindo muitas plantações, estradas e o Centro de Alto Rendimento, ficou submersa.

A situação começou a ter na segunda-feira os primeiros sinais positivos de melhoria e diminuição do grau de risco, segundo a Proteção Civil.

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