Em declarações à Lusa, o vice-presidente do CDS António Carlos Monteiro afirmou que esse debate deveria ser feito "desde já", num momento em que as legislativas "ainda estão distantes" e evitar "qualquer suspeita de haver aproveitamento político por quem quer que seja da alteração" do calendário.
E com esta antecipação, argumentou ainda, os partidos ficam a saber "com que cartas vão jogar no calendário eleitoral" que, a cumprir-se a legislatura de quatro anos, termina em 2023.
Os centristas, segundo António Carlos Monteiro, admitem "consensualizar uma solução que permita que os orçamentos possam entrar atempadamente em vigor" e, assim, que "seja possível a um governo que assume funções" execute "as suas políticas ao longo daquele ano pelo qual é responsável".
O vice-presidente sugeriu igualmente que se aproveite este debate sugerido pelo Presidente da República para "revisitar" outros prazos, como o do apuramento dos resultados eleitorais, a posse da Assembleia da República e do Governo que, em Portugal, "são muitos longos" comparativamente com outros países europeus.
Na segunda-feira, o Presidente da República sugeriu aos partidos que ponderem uma alteração da lei para que as eleições legislativas se realizem normalmente em maio ou junho, para evitar atrasos na entrada em vigor do Orçamento do Estado.
"Os partidos terão de pensar na hipótese de a legislatura terminar antes do verão, de tal maneira que as eleições não sejam em outubro, mas sejam antes, maio ou junho, porque isso dá para ter um Orçamento aprovado a tempo de entrar em vigor no dia 1 de janeiro do ano seguinte", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.