Para o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, o Governo do PS e o antigo ministro das Finanças têm uma posição conhecida para que "se mantenha" um BdP que "não passa de uma sucursal" do BCE e da União Europeia.
"Independentemente da fulanização e do papel de Mário Centeno", afirmou Jerónimo de Sousa aos jornalistas, depois de receber na sede dos comunistas, em Lisboa, a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas.
Para o líder comunista, no debate sobre este tema do novo governador do Banco de Portugal há um "equívoco e uma omissão, que é saber se em Portugal existe um banco nacional, com decisão soberana, o BdP, ou se continua a ser uma mera sucursal da EU e do BCE".
"A questão de fundo é esta" e não muda, segundo Jerónimo, por Mário Centeno ser eventualmente o escolhido para o cargo.
O Governo já indicou ao PSD "a sua intenção" de nomear o ex-ministro das Finanças Mário Centeno como próximo governador do Banco de Portugal, afirmou hoje o vice-presidente do PSD Nuno Morais Sarmento.
"O Governo já indicou ao PSD e ao país ser essa a sua intenção. O Governo, nos contactos com o PSD deu nota, nos mesmos termos em que o fez publicamente, da vontade de indicar Mário Centeno para o Banco de Portugal", afirmou Morais Sarmento, em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, em Lisboa.
A exemplo do que já tinha feito, o secretário-geral do PCP voltou a rejeitar o apoio ao projeto do PAN na imposição de um período de nojo entre Governo e Banco de Portugal, e insistiu que o impedimento importante é o eventual "trânsito" de banqueiros para o órgão regulador.
O projeto do PAN prevê um período de nojo e o diploma do PEV propõe que a Assembleia da República dê um parecer vinculativo à escolha do governador do Banco de Portugal.