Covid "é uma guerra que estamos a perder". Porque desistiu o Governo?

O PSD fez hoje um duro ataque, com linguagem bélica, ao Governo, responsabilizando-o por Portugal estar "a perder a guerra" contra o vírus da covid-19 e perguntou por 16 vezes porque desistiu de combatê-lo.

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Lusa
28/10/2020 16:38 ‧ 28/10/2020 por Lusa

Política

OE2021

O deputado e médico do PSD Ricardo Baptista Leite subiu à tribuna, no debate do Orçamento do Estado de 2021 (OE2021), no parlamento, para acusar os ministros da Saúde, do Trabalho, das Infraestruturas, da Economia e dos Negócios Estrangeiros, mas também o primeiro-ministro, de terem desistido de e de não estarem a lutar na "guerra" em que o país está para vencer a pandemia.

Por 16 vezes, perguntou-lhes porque desistiram em questões da sua área de governação, no meu de alguma vozearia, tanto dos deputados do PSD como do PS e esquerda, o que levou a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, a questionar se os sociais-democratas "desistiram da seriedade e da responsabilidade".

"É uma guerra que estamos a perder. Sem controlar a pandemia, não se salva a economia", afirmou o deputado social-democrata que, depois de admitir que em março não se sabia qual a reação, mas "agora não há desculpas".

"É muito simples, mas é muito importante: testar e isolar. O Governo teve um verão inteiro para preparar o outono-inverno. Não o fez", disse.

E depois repetiu a pergunta 16 vezes, a começar pela ministra da Saúde, Marta Temido: Porque desistiu de investir na saúde pública, porque deixou "mais de um milhão de portugueses" sem médico de família e milhões de consultas em atraso ou porque não cumpriu a promessa de ter mais camas de cuidados intensivos.

Na lista, seguiram-se a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, quanto à falta de apoio a lares de idosos, onde é grande o número de infetados, e o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que, de braços no ar, clamava não ter desistido.

O deputado do PSD questionou porque "assumiu o papel negacionista" de que os transportes "não são um local de potencial contágio".

O próprio primeiro-ministro, António Costa, foi questionado sobre por que "decidiu abandonar os portugueses no momento que mais precisavam de um governo liderante".

Por fim, a resposta, mais uma vez em tom bélico, foi dada por Ricardo Baptista Leite: "Vamos ser nós, cidadãos portugueses anónimos, os soldados no terreno que, mesmo sem os generais do Governo, tudo faremos para esmagar a covid-19."

O deputado social-democrata desceu da tribuna sem qualquer pedido de esclarecimento das restantes bancadas, e seguiu-se a intervenção de uma das ministras a quem perguntou porque desistiu.

Antes de começar a discurso, António Costa conversou com Ana Mendes Godinho.  

E as primeiras frases que disse foram: "Hoje decidimos [com o OE2021] quem luta pelo país e pelas pessoas e quem baixa os braços e desiste de lutar.

Continuar a lutar implica construir soluções e não apena apenas problemas, num espaço de diálogo permanente para encontrar soluções".

E questionou Baptista Leite e o PSD "se desistiram da seriedade e da responsabilidade".

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.395 pessoas dos 128.392 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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