"Quando reunimos com o senhor Presidente da República fizemos questão de dizer que este não seria o tempo de estarmos a discutir mais estados de emergência mas sim o tempo de começarmos a dar esperança aos portugueses para que se possa desconfinar de forma segura", defendeu a deputada Mariana Silva, do Partido Ecologista "Os Verdes".
A deputada falava aos jornalistas na Assembleia da República depois da habitual videoconferência com o Presidente da República e da reunião com políticos e especialistas no Infarmed sobre o estado da pandemia no país.
Questionada sobre a possibilidade avançada pelo chefe de estado português de prolongamento do estado de emergência até maio, a deputada do PEV lamentou esta opção, uma vez que não acredita "que seja com repressão e o constante visionamento daquilo que as pessoas andam a fazer nas suas vidas" que se faz com que as pessoas "tomem as medidas de segurança necessárias".
"O cansaço, a fadiga pandémica, também já está esclarecido pelos técnicos, faz com que as pessoas deixem de tomar algumas medidas de segurança e aquilo que deveríamos estar a fazer era reforçar a comunicação", adiantou.
Apontando que "os números descem de forma consolidada", a deputada acrescentou que o caminho tem de ser o de "apertar" em medidas de testagem, de vacinação, de rastreio e de condições de isolamento para as famílias nas suas habitações.
Ressalvando que "os alertas vão estar sempre presentes" enquanto não for possível vacinar mais pessoas, Mariana Silva advogou que não é possível continuar a "adensar" problemas económicos e sociais, insistindo que as pessoas estão cansadas "e de alguma forma este cansaço também se vai repercutir no dia a dia".
O Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente do parlamento e os partidos voltaram a reunir-se esta manhã com epidemiologistas, por videoconferência, num momento em que o país regista menos casos de covid-19 e iniciou há uma semana um processo de desconfinamento.
Após esta reunião entre políticos e peritos sobre a evolução da situação epidemiológica de Portugal, na quinta-feira, a Assembleia da República vai debater e votar o projeto de decreto presidencial para a renovação do estado de emergência por novo período de 15 dias, com efeitos a partir de 01 de abril e que abrangerá o período da Páscoa.
Na segunda-feira, o Presidente da República afirmou que irá renovar mais uma vez o estado de emergência e considerou muito provável que este quadro legal se prolongue até maio, enquanto ainda houver atividades encerradas, porque legitima as restrições.
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