Apresentando a proposta do Bloco de Esquerda sobre o tema, Catarina Martins lamentou que, depois de dois meses de confinamento, o Governo não tenha ainda aprovada uma estratégia e uma metodologia para alargar a testagem em Portugal.
A coordenadora do Bloco de Esquerda viu como positivas algumas ideias resultantes da primeira reunião da Task-Force dedicada à testagem no país, no entanto, criticou a demora na decisão.
"Tarda o tempo da decisão, tarda o tempo da testagem chegar ao terreno", apontou Catarina Martins, recordando que Portugal chegou a fazer 70 mil testes por dia, mas que em fevereiro, por exemplo, esse número desceu para 30 mil.
"Se agora é novamente mais alto devido à testagem nas escolas, se não há uma estratégia rapidamente vamos ter o número de testes a fazer e menos capacidade de perceber o que se passa no terreno", alertou.
BE pede novos critérios, novos locais e novos meios
É neste contexto que o Bloco de Esquerda apresentou uma recomendação no Parlamento para que "haja decisão rapidamente". "Fizemos esta proposta ouvindo os especialistas na área". A proposta bloquista sugere "novos critérios, novos locais e novos meios" de testagem.
"Um desconfinamento sem alargar a testagem significa que podemos voltar a confinar porque não acompanhamos a quantidade de infetados no país. Poupar na testagem sai muito caro ao país porque pode significar mais meses de confinamento", afirmou.
As recomendações do Bloco de Esquerda são a "Testagem de todos os contactos de casos suspeitos ou confirmados", "testagem regular em estabelecimentos de ensino, indústria, construção civil, agricultura e outros contextos (...)" onde haja aglomeração de pessoas.
Entre as principais medidas defendidas pelos bloquistas estão também a disponibilização de testes para utentes nos centros de saúde e hospitais, mesmo sem sintomas e os quais não tenham sido testados na semana anterior.
Portugal registou quinta-feira nove mortes relacionadas com a covid-19, o valor mais baixo desde domingo, e 423 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O número de óbitos tem vindo a baixar nas últimas semanas, com um mínimo de seis mortes no domingo, número que não era alcançado desde 02 de outubro.
O boletim epidemiológico da DGS revelou que estão internados 695 doentes (menos 17 do que na quarta-feira), o número mais baixo desde 04 de outubro, dia em que estavam internadas 682 pessoas.
Nos cuidados intensivos, Portugal tem 154 doentes (menos um em relação a quarta-feira), o valor mais baixo desde 17 outubro, dia em que Portugal tinha também 148 casos nestas unidades.
Desde março de 2020, Portugal já registou 16.814 mortes associadas à covid-19 e 819.210 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.
As autoridades de saúde têm em vigilância 15.035 contactos, mais 137 relativamente ao dia anterior, alterando assim a tendência decrescente que se verificava desde 30 de janeiro.
De acordo com os últimos dados da DGS, Portugal tem atualmente 1.434.044 pessoas vacinadas contra a covid-19: 973.181 com a primeira dose e 460.863 com a segunda dose.
O índice de transmissibilidade (Rt) do novo coronavirus em Portugal era na quarta-feira de 0,91 e a incidência de 77,6 novos casos de infeção com SARS-CoV-2 por 100.000 habitantes, segundo os dados oficiais.
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