Saída da lista verde. CDS fala em "semana negra" para a Madeira

O CDS-PP/Madeira considerou hoje que esta foi "uma semana negra" para a economia regional, devido a "notícias negativas" para os setores do turismo e das pescas, apelando aos socialistas para que intercedam junto do Primeiro-ministro.

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Lusa
04/06/2021 13:19 ‧ 04/06/2021 por Lusa

Política

Covid-19

Esta foi "uma semana foi muito negativa para a economia regional", afirmou o líder parlamentar centrista madeirense, António Lopes da Fonseca, numa conferência de imprensa realizada no Funchal.

Referindo-se à "infeliz notícia" de que o Reino Unido decidiu retirar Portugal da "lista verde", o deputado madeirense apontou que "a Madeira vai ser prejudicada por uma certa inércia e até algum desleixo por parte da diplomacia portuguesa nesta matéria, pois esta decisão vai afetar tremendamente o turismo da região".

Lopes da Fonseca salientou ser do conhecimento geral que "a Madeira tem números que são verdadeiramente um exemplo, não havendo uma preocupação por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros em salvaguardar as duas Regiões Autónomas".

Os últimos dados divulgados quinta-feira pela Direção Regional da Saúde indicam que foram diagnosticados na Madeira oito novos casos de covid-19 e 19 recuperações, havendo um total de 150 infeções ativas no arquipélago, onde estão sete pessoas hospitalizadas.

O Ministério dos Transportes do Reino Unido informou que Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a "lista verde" de viagens internacionais do Governo britânico na terça-feira às 04h00.

Segundo o ministério, Portugal passa para a "lista amarela" para "salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes" e proteger o programa de vacinação britânico.

Num comunicado, o Governo britânico refere que, de acordo com a base de dados europeia GISAID, foram identificados em Portugal 68 casos da variante Delta (B1.617.2, identificada pela primeira vez na Índia), "incluindo alguns casos da variante Delta com uma mutação adicional, potencialmente nociva".

Para o CDS-PP/Madeira, que integra a coligação de Governo juntamente com o PSD, "outra notícia muito negativa" para o arquipélago está relacionada com o setor das pescas, visto que o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, revelou na Assembleia da República que "não haveria apoios para a renovação da frota pesqueira do peixe espada-preto".

"Com esta decisão, o senhor ministro revelou que não tem capacidade de negociação junto da União Europeia", sublinhou.

Por isso, o grupo parlamentar do CDS insistiu na questão: "Para que serve afinal a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, se os ministros não têm capacidade nenhuma de negociação?"

Lopes da Fonseca realçou que esta não renovação da frota afeta 20 espadeiros da região, o que "implica prejudicar cerca de 200 pescadores e as suas famílias" e insistir que os pescadores disponibilizem "sete milhões de euros" nesta intervenção urgente para a segurança das embarcações e dos seus profissionais.

"Os pescadores não têm esta quantia para a renovação da frota pesqueira", sublinhou, indicando que eram esperados fundos de apoio do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquacultura (FEAMPA), mas que o ministro se "limitou a dizer que não era possível".

No seu entender, "há, claramente, uma inação total para não dizer uma incompetência", acrescentou.

Lopes da Fonseca lançou também um desafio aos socialistas madeirenses, argumentando que "se querem mostrar-se autonomistas, e já que o primeiro-ministro vem à Madeira este fim de semana, que o PS/Madeira interceda junto de António Costa no sentido de reverter estas duas decisões negativas para a região".

O líder parlamentar reforçou que o PS tem uma oportunidade de mostrar que "é regionalista, que é autonomista e, junto do primeiro-ministro, mostrar o seu descontentamento sobre estas matérias".

Leia Também: Madeira e Açores também saem terça-feira da 'lista verde' britânica  

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