Ao lado de Luís Marques Mendes, Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos, Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais e candidato nas diretas de 2020 do PSD, defendeu, esta segunda-feira, que o primeiro-ministro devia proceder a uma remodelação no Governo.
Argumentando que esta remodelação "nunca será pacífica", o social-democrata começou por considerar que está na altura de o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, abandonar o Executivo.
"A sair não seria pelo caso do BMW em si, em que o ministro tem evidentemente uma responsabilidade quase nula, mas principalmente por todos os casos anteriores e pelo desgaste da sua imagem", justificou.
Contudo, Miguel Pinto Luz apontou que António Costa tem nas mãos "um grande dilema": "Como substituir somente um ministro, quando o governo é tão mau? (...) Como substituir Eduardo Cabrita, sem substituir mais de metade do Governo?".
"Pode sair Eduardo Cabrita e não sair Van Dunem, depois do caso do procurador Europeu? E os ministros da Educação e do Ensino Superior, mantêm-se depois do péssimo trabalho que têm feito? Pedro Nuno Santos, que levou a TAP praticamente à falência vai continuar a ser premiado? O ministro da defesa que torna confidencial o relatório que diz que o hospital militar custou 5 vezes mais do que o orçamentado? Ou o ministro do Ambiente que está debaixo de fogo até por ex-secretários de Estado do mesmo governo? E poderia continuar a elencar casos e ministros sem autoridade para continuar a tutelar as pastas", atirou.
Mas Miguel Pinto Luz foi ainda mais longe na crítica. Admitindo "a provocação", o social-democrata deixou uma última questão: "Sabemos que o primeiro-ministro gosta de levar para o Governo os seus amigos de faculdade. Mas será que ainda tem amigos suficientes para todas as remodelações que tem de fazer?".
Luís Marques Mendes, antigo dirigente do PSD e comentador da SIC, deixou, ontem, no seu espaço de análise política semanal, mais uma vez, severas críticas à atuação de Eduardo Cabrita e reiterou que António Costa deveria realizar uma remodelação ministerial o mais depressa possível, de preferência antes das eleições autárquicas, visto que, atualmente, este é um "Governo em degradação" que poderá prejudicar o PS na próxima corrida às urnas.
Já esta manhã, Rui Rio, presidente do PSD, afirmou ser "evidente que o Governo precisa de uma remodelação". Sem apontar o dedo a ministros em particular, o líder social-democrata referiu também que o Executivo demonstra um "desgaste brutal" e que, segundo informações que lhe chegam, "o próprio relacionamento entre governantes em alguns casos não é o melhor".
Entretanto, o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, também concordou esta tarde que o Governo precisa urgentemente de uma remodelação, considerando que o Executivo, liderado pelo socialista António Costa, está a decompor-se.
O tema da remodelação do Governo voltou a estar em debate público após o primeiro-ministro ter afirmado em entrevista ao jornal Público que "não está prevista nenhuma remodelação" do Executivo e ter defendido o trabalho dos seus ministros e a estabilidade governativa.
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