Quebra de população nos Açores revela importância de "alterar políticas"

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou hoje que a quebra de 4,1% da população do arquipélago desde 2011 revela a importância de "alterar as políticas" da última década para "fixar populações" e "atrair" residentes.

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© PSD/Açores

Lusa
29/07/2021 15:05 ‧ 29/07/2021 por Lusa

Política

Censos2021

 

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"Importa alterar as políticas desta última década, no sentido de dar oportunidades de fixação de populações, empregabilidade e condições desde logo de mobilidade. A mobilidade, associada à educação, à acessibilidade, à saúde, à empregabilidade, são fundamentais para fixar populações e até atrair novos residentes", afirmou Bolieiro.

O presidente do executivo açoriano, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, falava hoje aos jornalistas no palácio de Sant'Ana, sede da presidência, em Ponta Delgada, depois de uma reunião com o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Silva Ribeiro.

Segundo os dados preliminares dos Censos 2021 revelados na quarta-feira, os Açores registaram uma quebra de população residente de 4,1% desde 2011, com o concelho da Madalena, na ilha do Pico, a ser o único a registar crescimento (4,7%).

Para Bolieiro, os números "confirmam uma crise demográfica no país e nos Açores".

O social-democrata destacou que o Governo dos Açores já está a implementar medidas de "promoção da mobilidade" para combater a "crise demográfica" da região.

"O exemplo mais emblemático de imediatismo é desde logo a ideia da coesão territorial, através da mobilidade, que a tarifa Açores é bem representativa. Só se ama o que se conhece", apontou.

A tarifa Açores, que entrou em vigor em 01 de junho, foi uma das bandeiras da campanha eleitoral do PSD/Açores para as regionais de outubro de 2020 e permite aos residentes viajarem via área entre as ilhas açorianas por 60 euros.

Questionado pelas razões que justificam a quebra de população nos últimos dez anos, Bolieiro disse não querer "fazer politiquice": "não posso fazer politiquice porque não faz parte do meu caráter enquanto político".

O presidente do Governo Regional realçou a importância da "descentralização de poderes e recursos" para o poder local, de forma a "potenciar políticas que estimulem natalidade e fixação de populações".

"O presidente do governo está preocupado com este evoluir demográfico? Está. O Governo Regional está preocupado com este evoluir demográfico? Está. Tem políticas públicas para contrariar esta evolução demográfica? Tem, algumas estão em prática, outras estão previstas", declarou.

O arquipélago açoriano tinha 246.772 habitantes em 2011 e perdeu 10.115 no espaço de 10 anos, o equivalente a 4,1%, tendo agora 236.657 residentes.

A região foi a quarta no país a perder mais população, a seguir ao Alentejo (6,9%), Madeira (6,2%) e Centro (4,3%).

Os decréscimos mais acentuados de população registaram-se nos concelhos de Santa Cruz das Flores (11,7%), Nordeste, na ilha de São Miguel (11,4%) e no Corvo (10,2%), a mais pequena ilha dos Açores.

José Manuel Bolieiro tomou posse como presidente do Governo dos Açores em novembro de 2020, terminando com um ciclo de 24 anos de governação do PS na região, 20 dos quais em maioria absoluta: de 1996 a 2012 sob a liderança de Carlos César; de 2012 a 2020 com Vasco Cordeiro na chefia do executivo.

Leia Também: Censos2021: Só sete municípios do país têm mais homens do que mulheres

 

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