Relvas diz que Governo não deve ter medo de avançar com moção de confiança

O ex-ministro do PSD Miguel Relvas defendeu hoje que o Governo deve ser claro e "não ter medo de apresentar uma moção de confiança", considerando que o primeiro-ministro cometeu um erro ao não se ter afastado da empresa familiar.

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Lusa
03/03/2025 19:49 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

PSD

"O Governo não tem de ter medo de apresentar uma moção de confiança. Era o que eu teria feito no sábado, de uma forma muito clara, dizer ao parlamento que entre a parede e a espada, não tenho medo de escolher a espada, não tenho medo de devolver aos portugueses a sua decisão", defendeu Miguel Relvas, na CNN.

 

O antigo ministro do Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho considerou que se vive "um momento muito negativo" da democracia portuguesa e, dizendo estar convicto de que o primeiro-ministro não cometeu qualquer ilegalidade, considerou que teve "erros de comunicação" e de avaliação, no momento em surgiram as notícias sobre a empresa Spinumviva e foi confrontado com um eventual conflito de interesses,

"Devia ter feito o mesmo que fez o ministro Castro Almeida: que no mesmo dia que foi público [que tinha uma empresa na área do imobiliário] a vendeu e deixou de ser notícia, deixou de existir", afirmou o antigo secretário-geral do PSD.

Relvas avisou que "o maior ativo que um Governo tem é o ativo e a imagem do primeiro-ministro".

"Quem ganhou as eleições há um ano não foi o PSD, foi o PSD com o dr. Luís Montenegro. E se o PSD quer continuar a ter um clima de estabilidade política, precisa que o primeiro-ministro se ausente deste tipo de notícias, e só uma pessoa que o pode fazer, é ele, mais ninguém", disse.

Sobre um aparente afastamento entre primeiro-ministro e Presidente da República, que segundo a SIC não falam desde a comunicação ao país, Miguel Relvas lamentou alguma falta de reserva, mas advertiu que pode ser "muito perigoso" para um Governo sem maioria e "que está ferido ter o Presidente da República numa atitude mais apertada e em que demonstra uma insatisfação em relação aos comportamentos".

"O Governo tem que simplificar procedimentos, tem que ser claro, tem que ser corajoso", afirmou, salientando que uma moção de censura, para ser aprovada, exige o voto favorável de 116 deputados, enquanto a moção de confiança apenas requer maioria simples (mais votos a favor do que contra).

No domingo, em comentários televisivos, também o ex-ministro do PSD Miguel Poiares Maduro defendeu na RTP que Luís Montenegro já deveria ter encerrado a empresa Spinumviva, idêntica posição assumida pelo anterior líder do CDS-PP Paulo Portas na TVI.

"Para mim a questão fundamental, é saber se a empresa é genuinamente autónoma do primeiro-ministro ou não", afirmou Poiares Maduro, dizendo que Montenegro pode ser vítima da "perceção de que não era".

Para o antigo ministro do Governo de Pedro Passos Coelho, "só tinha uma decisão que era dissolver a empresa: não o tendo feito, dificilmente a questão vai morrer aqui".

Já o antigo vice-primeiro-ministro do mesmo Governo PSD/CDS-PP, Paulo Portas, considerou que esta crise "era evitável", dizendo que teria sido recomendável fechar a empresa antes de ser primeiro-ministro

No entanto, apesar de apontar erros de avaliação e de comunicação a Montenegro, Portas defendeu que tal não é razão para deitar abaixo o Governo e considerou que "não há irregularidades, delitos e crimes em causa".

O PCP entregou no parlamento no domingo uma moção de censura ao Governo - 12 dias depois de o Chega ter apresentado outra, entretanto chumbada -, depois de, no sábado, o primeiro-ministro ter feito uma declaração ao país na qual admitia avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo "dispõe de condições para continuar a executar" o seu programa.

Leia Também: União de Freguesias em Espinho diz que veto "é favor político a Relvas"

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