Questionado hoje pela Lusa sobre a atual situação política, o candidato e ex-líder do PSD referiu, numa declaração escrita, que "tudo indica que não vai haver crise política".
"Ainda bem. Uma nova crise agora faria o país entrar no Guinness como um caso único de irresponsabilidade", defendeu Marques Mendes.
O candidato, que irá contar com o apoio formal do PSD para Belém, considerou que num momento de incerteza europeia e mundial "uma nova crise em Portugal não teria explicação nem desculpa, seria imperdoável".
"O país precisa de três coisas bem diferentes: primeiro, de estabilidade, pelo menos até ao fim do Plano de Recuperação e Resiliência; segundo, de um Governo que governe com dinâmica e eficácia; terceiro, de uma oposição que fiscalize com firmeza, mas com espírito construtivo e responsabilidade", disse.
No sábado à noite, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo "dispõe de condições para continuar a executar" o seu programa, após ter sido noticiado que a empresa Spinumviva -- até sábado detida pela sua mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, e filhos -, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde.
Pouco depois, o PCP anunciou que iria apresentar uma moção de censura ao Governo - texto que já foi conhecido no domingo - defendendo que "não está em condições de responder aos problemas" de Portugal e "não merece confiança", mas sim censura.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse que não iria viabilizar a moção de censura do PCP, considerando que os comunistas tinham "mordido o isco lançado pelo Governo", mas afirmou que, se o Governo apresentar uma moção de confiança, o PS a chumbaria, frisando que não tem confiança no executivo de Luís Montenegro.
"O PS não quer instabilidade, o PS quer esclarecimentos que são devidos a todos os portugueses", disse.
Depois destas declarações, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que, caso a moção de censura anunciada pelo PCP seja rejeitada no parlamento, "não há uma justificação" para o Governo apresentar uma moção de confiança.
Já no domingo, o Livre pediu uma audiência ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por considerar que está em causa o regular funcionamento das instituições, com um "Governo que não está nem morto, nem vivo".
Leia Também: Belém? Vitorino "à beira da decisão" e Gouveia e Melo tem "muito tempo"