OE2022? David Justino diz que o "mais natural" é o PSD votar contra

O vice-presidente do PSD David Justino disse na noite de quarta-feira que o "mais natural" será os sociais-democratas votarem contra o Orçamento do Estado (OE) para 2022, adiantado que deverá ser aprovado pelos partidos de esquerda.

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Lusa
07/10/2021 06:07 ‧ 07/10/2021 por Lusa

Política

OE2022

mais natural [o PSD votar contra], mas vamos ver o Orçamento, porque posso estar enganado, posso estar a criar uma expectativa que não corresponde àquilo que é a intenção do próprio Governo", afirmou David Justino, em entrevista à RTP3.

Para o vice-presidente do PSD, o partido apenas tomará uma posição com dados "mais concretos", apesar de acreditar na sua aprovação.

"Eu acredito, eu tenho essa expectativa, não é um problema de fé", observou.

Apontando para as negociações entre o Governo e os partidos de esquerda, David Justino alertou que "a grande pressão é provavelmente da despesa, nomeadamente da pressão que se vai reproduzir depois nos anos seguintes", vincando que os sociais-democratas não podem aceitar isso.

"[...] É muito difícil [não ser aprovado], sabendo quais são as reivindicações do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, que é mais despesa, mais emprego, mais isto e não é mais emprego da economia, é mais emprego público", sustentou.

Na tarde de quarta-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares afirmou que as negociações do Orçamento entre Governo PCP, PEV, Bloco, PAN e deputadas não inscritas vão prosseguir até à votação na generalidade, que está prevista para dia 27.

Este calendário foi comunicado aos jornalistas por Duarte Cordeiro após o Governo ter estado reunido com os partidos com representação parlamentar sobre as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2022.

De acordo com o membro do Governo, tal como aconteceu em anos anteriores, as negociações do Orçamento do Estado não terminam com a entrega da proposta no parlamento por parte do executivo, o que acontecerá já na próxima segunda-feira, mas vão prolongar-se até à votação na generalidade, marcada para 27 deste mês.

No plano político, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares defendeu a tese que entre o Governo, os partidos à esquerda do PS e o PAN, "não há afastamento em termos de opções globais" para o Orçamento do próximo ano.

"Agora, cada um dos partidos tem o seu caderno reivindicativo e atribui prioridades distintas em relação a matérias específicas", apontou logo a seguir.

Leia Também: "Este ainda é o ciclo de hegemonia do PS". "Viragem" pode chegar em 2023

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