A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) marcou presença, esta segunda-feira, nas instalações da PSA Citroën de Mangualde para conversar com os trabalhadores que, alegadamente, estão a ser despedidos e a serem substituídos por funcionários de outras empresas do grupo.
Após o encontro, Catarina Martins recordou aos jornalistas que "estamos a falar de um grupo que anunciou resultados milhares de milhões de euros, resultados muito bons tanto do ponto de vista Nacional como Europeu, como internacional" e que tem pessoas "a trabalhar há muitos, muitos anos por 700 e poucos euros".
"Portugal não pode estar a apoiar empresas que aquilo que oferecem são salários de miséria", salientou, antes de revelar que o BE vai avançar com um pedido de fiscalização à "situação absolutamente inaceitável" de a PSA estar a despedir "jovens trabalhadores" para colocar funcionários vindos de outros países.
"A empresa está a fazer um ataque aos trabalhadores e não é só em Portugal. Está a obrigar trabalhadores de outros países a virem para Portugal para virem substituir aqueles que aqui despediram [...]. É uma situação absolutamente inaceitável, vamos pedir para esta situação ser fiscalizada", avançou.
Além disso, de acordo com a deputada bloquista, "há situações de clara ilegalidade, nomeadamente no recurso ao lay off, com trabalhadores que estão em lay off, mas que são obrigados a fazer algumas horas em bancos de horas". Apesar de nada disto ser "regular", Catarina Martins garante que a "Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) ainda não atuou e, portanto, o BE vai atuar também junto do ministério do Trabalho e da ACT para saber como é possível esta situação".
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