Inês Sousa Real comentou, na manhã desta quarta-feira, na TVI, a polémica que em que está envolvida acerca da empresa que deteve - devido às práticas agrícolas alegadamente utilizadas - e lançou 'farpas' à Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). "O PAN tem afrontado muito claramente aquilo que são os interesses a que a CAP tem optado por dar voz", começou por sublinhar.
A porta-voz do partido sublinhou, em seguida, que este se tem "posicionado ao lado dos pequenos e médios agricultores, ao lado das boas práticas de agricultura - como a agricultura biológica, a transição e reconversão para modos e práticas mais ambientalmente responsáveis", enquanto a CAP "tem optado por se sentar ao lado dos grandes interesses, da produção intensiva e super intensiva".
Para Sousa Real, a Confederação dos Agricultores "sente-se incomodada e os interesses que a CAP representam sentem-se incomodados com a voz ativa que o partido tem tido na defesa dos interesses ambientais mas, acima de tudo, na defesa também dos pequenos e médios produtores" do nosso país.
De recordar que Inês de Sousa Real, já tinha garantido, na passada segunda-feira, que as empresas agrícolas de que foi sócia não fazem agricultura intensiva e considerou que as críticas que vieram a público visam prejudicar o partido. "Estamos a comparar o incomparável e só mesmo a má-fé é que poderá levar a estas declarações", afirmou.
Inês de Sousa Real falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde reagiu à notícia avançada pelo jornal Nascer do SOL, que noticiava que a porta-voz do PAN, seria dona de duas empresas de produção agrícola que usariam práticas de cultura intensiva, como estufas e pesticidas.
Na sequência da notícia, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, veio criticar, em declarações ao jornal i, a porta-voz do PAN, considerando que "é óbvio que tem de se demitir". Em resposta, Inês de Sousa Real devolveu o pedido de demissão ao secretário-geral da CAP.
"Se o secretário-geral da CAP não sabe a diferença entre uma estufa, um túnel ou até mesmo um estufim, e também não sabe distinguir a diferença entre pequenos produtores e produtores de grande escala (...), claramente parece-me que quem tem de pedir a demissão ou que está no sítio errado é o secretário-geral da CAP e não a líder do PAN", disse.
Inês Sousa Real confirmou ainda que esteve ligada a duas empresas agrícolas, frisou que essa ligação sempre foi do conhecimento público e que está na declaração de interesses que entregou na Assembleia da República.
[Notícia atualizada às 09h46]
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