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Legislativas: MAS diz que PCP recusou proposta de unidade e BE ignorou

A porta-voz do Movimento Alternativa Socialista (MAS) afirmou hoje que o partido propôs ao BE e ao PCP a criação de uma plataforma à esquerda, com partidos, sindicatos e movimentos, o que o PCP recusou e o BE ignorou.

Legislativas: MAS diz que PCP recusou proposta de unidade e BE ignorou
Notícias ao Minuto

09:13 - 05/01/22 por Lusa

Política Movimento Alternativa Socialista

Renata Cambra, porta-voz do MAS e primeira candidata por Lisboa nas eleições legislativas de 30 de janeiro, disse, em entrevista à agência Lusa, que, em novembro de 2021, fez um apelo ao Bloco e ao PCP para que fossem recebidos, com uma proposta de unidade.

A proposta visava "criar uma plataforma entre eles [BE e PCP] e que chamassem outros movimentos, mas sobretudo entre eles, para fazerem um acordo programático independente do PS".

Segundo explicou, o Bloco não respondeu, mas o PCP, através de dois elementos do Comité Central (Jorge Pires e Maria Adelaide Alves) ouviu a proposta, apresentada por Gil Garcia, na altura porta-voz do MAS, e Renata Cambra.

"Aquilo que nos foi dito é que o PCP não vê a possibilidade de fazer uma unidade de esquerda, porque considera que não há nenhuma força no parlamento disponível para um programa de governo patriótico e de esquerda e que por isso era uma questão que não estava em cima da mesa, que não era possível fazer unidade", contou.

E sublinhou: "O nosso pedido para uma alternativa de esquerda nem sequer é para formar um partido entre o Bloco e o PCP. O nosso apelo à unidade que nós fizemos vai no sentido de estes dois partidos ajudarem a impulsionar uma plataforma à esquerda que seja capaz, inclusive, de incluir, por exemplo, alguns movimentos sindicais ou movimentos sociais, outras organizações mais pequenas de esquerda, para confluir em torno de um programa".

"Quando nós vamos a eleições, nós apresentamos programas, nós apresentamos as nossas propostas e o BE e o PCP o que fizeram nos últimos seis anos foi abdicar das suas propostas, foram partidos que adormeceram" e, "por terem adormecido, enquanto oposição, é que a extrema-direita ganha o fôlego que ganha e que cresce".

Tanto o Bloco como o PCP, acusou, "mais do que estarem preocupados em se unirem para criar essa alternativa de que todos nós precisamos - não é só o MAS, não é só o Bloco, não é só o PCP, são as pessoas - estão preocupados em reconstruir cada um o seu quintal".

Isto porque "viram o que foram as eleições nos Açores, viram o que foram os resultados nas autárquicas, sabem que cada um deles vai perder votos e, à semelhança do que por exemplo aconteceu com o Bloco em 2011, depois do apoio ao Manuel Alegre, juntamente com o Sócrates - o Bloco perdeu metade da bancada parlamentar porque se tinha aproximado demasiado ao PS, perdeu metade da bancada parlamentar - e depois até 2015 voltou a fazer um giro à esquerda para, como oposição, recuperar a bancada que recuperou em 2015 que lhe permitiu entrar na geringonça".

Para Renata Cambra, "o Bloco e o PCP vão fazer hoje exatamente a mesma coisa".

"Percebem que, com os últimos seis anos, perderam enquanto esquerda, perderam enquanto oposição, e agora vão precisar de fazer, cada um no seu quintal, enquanto oposição, reconstruir o seu caminho para poderem recuperar aquilo que vão perder agora, de certeza absoluta. E essa é a sua preocupação, mais do que dar uma alternativa às pessoas", afirmou.

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