Num comício realizado no auditório da Junta de Freguesia da Amora, no Seixal, distrito de Setúbal, com a presença de cerca de 30 pessoas, Sousa Real voltou a endurecer o discurso e atirou em todas direções, da esquerda à direita.
A também deputada afirmou que a crise política que deu origem às eleições antecipadas "foi provocada por força da irresponsabilidade de todos aqueles que um dia disseram que não faltariam ao país", referindo-se ao Bloco de Esquerda e CDU.
"Depressa se esqueceram dessa promessa que fizeram ao povo e depressa precipitaram uma crise política" que se juntou "a uma crise socioeconómica e sanitária", referiu, assinalando que este era um cenário que "ninguém queria".
Sousa Real realçou que o chumbo do orçamento criou "ausência de respostas ao país e aos desafios globais e ambientais" e que, se tivesse sido aprovado, já poderia haver "uma alívio fiscal das famílias" e das empresas, entre outras medidas.
"E o que é que fizeram as demais forças políticas? Não foi sequer atirar a toalha ao chão, foi estender a passadeira vermelha ao populismo antidemocrático e demitir-se de dar as respostas que o país precisava", sustentou.
Já o Pessoas-Animais-Natureza "foi a única força política" que disse que queria "um Orçamento do Estado que fosse da Assembleia da República", assinalou a porta-voz do partido.
Inês de Sousa Real considerou que "as respostas não estão nem em maiorias absolutas nem no bloco central", acusando PS e PSD de se apressarem "a dar a mão" para o país "retroceder em matéria democrática", como aconteceu com o fim dos debates quinzenais.
Num discurso de quase 30 minutos, a também cabeça de lista do PAN por Lisboa nestas legislativas considerou que o país depara-se com o "crescimento do populismo antidemocrático", vincando que pelo partido que lidera "não passarão".
"Não seremos tolerantes com os intolerantes, como algumas forças políticas que estão, neste momento, a fazê-lo e que avizinham a estender a mão a forças políticas populistas e antidemocráticas", disse, numa referência ao PSD.
Ainda sobre o Chega, sem o referir, Inês de Sousa Real avisou aqueles que "acham que a resposta está em falsos profetas e em soluções políticas", pois o seu objetivo é fazer "a política do antigamente".
Já em relação à Iniciativa Liberal, a líder do PAN advertiu que este partido quer "uma liberdade económica", mas esquece-se que "sem um Estado social forte, um Serviço Nacional de Saúde forte e uma educação forte, nunca iremos reparar o elevador social".
No seu discurso, com o cabeça de lista do partido por Setúbal, Vítor Pinto, na assistência, a também deputada apontou este círculo eleitoral como "absolutamente prioritário" nas eleições legislativas de domingo.
"Queremos resgatar nas urnas aquilo que, por uma agenda pessoal, nos foi retirado", afirmou, referindo-se a Cristina Rodrigues que foi eleita pelo PAN, em 2019, mas acabou por abandonar o partido.
No penúltimo dia de campanha, a líder do PAN também se encontrou com o presidente da Associação Académica de Coimbra, na cidade dos estudantes, onde ouviu queixas sobre dificuldades económicas de muitos alunos e a falta de habitação.
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