Apesar do resultado "trágico" do CDS-PP nas eleições legislativas de 30 de janeiro, Nuno Melo considera que tal não pode ser "encarado como o fim do partido", mas sim como "uma oportunidade para o recomeço", apresentando-se na corrida à liderança.
"Nunca virei as costas ao meu partido e não abandono o CDS no momento mais difícil da sua história. Uma coisa quero garantir: no que de mim depender, o CDS não acaba aqui", assegura o eurodeputado, numa publicação na sua página do Facebook.
Para o eurodeputado, "o CDS está ferido, mas não de morte", recordando que "o partido está implantado a nível nacional, governa sozinho seis autarquias, muitas mais em coligação, e está presente nos governos regionais dos Açores e da Madeira".
Agora, sendo "o único deputado com mandato e palco nacional e europeu do CDS", Nuno Melo anuncia que fará "um conjunto de contactos para confirmar que há condições institucionais e práticos para que o CDS possa começar um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador", candidatando-se à liderança do partido no próximo congresso, se esses requisitos estiverem reunidos.
Nuno Melo relembra as advertências quanto ao cancelamento do congresso do partido, que seriam "erros graves que desmobilizariam o CDS e afastariam o eleitorado, por revelarem ao país o contrário do que um partido responsável, respeitador de regras, que aspira a ser governo, deve ser", e, embora os resultados das legislativas tenham confirmado os seus alertas, o candidato refere que não pretende concentrar-se "em ajustes de contas com o passado".
Nesse sentido, o antigo vice-presidente apela aos militantes que "deixaram o partido, para emprestarem o seu voto a outras opções políticas", que regressem e que o auxiliem "nos desafios tão difíceis do futuro próximo". Já aos que permanecem afiliados, Nuno Melo pede para não baixarem os braços.
"Acreditem que superar esta crise vai ser possível, mas para tanto, o CDS precisa de todos", complementa.
Recorde-se que também o líder da distrital de Braga do partido já tinha anunciado que iria disputar a liderança com o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, no congresso que esteve agendado para novembro, mas que acabou por ser cancelado.
Francisco Rodrigues dos Santos demitiu-se do cargo no domingo à noite, depois de conhecidos os resultados das eleições legislativas, os piores de sempre do CDS-PP, que afastaram o partido da Assembleia da República.
[Notícia atualizada às 10h46]
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