Em comunicado, o partido de extrema-direita liderado por André Ventura explicita que o inquérito terá por objeto a "investigação aos ataques informáticos que instituições extremamente relevantes do ponto de vista político, económico, estratégico e social têm sofrido em Portugal nas últimas semanas".
"As consecutivas tentativas de ataques informáticos a empresas de comunicações, comunicação social, governo e, possivelmente, o próprio parlamento, revelam duas dimensões que não podem ser ignoradas: a eventual participação de Estados ou grupos estrangeiros nestes ataques e o possível interesse geoestratégico destes
atos, e a evidente impreparação do Estado português e das suas diversas autoridades para lidar com o fenómeno dos ciberataques massivos", argumenta o partido.
O Chega considera "fundamental que ambas as dimensões sejam investigadas de forma intensiva", justificando que "as comissões de inquérito devem investigar assuntos de relevo público e com impacto institucional, bem como variantes onde a responsabilidade do Estado possa e deva ser apurada".
"Este é, inevitavelmente, um desses domínios. O Chega vai, por isso, já nas primeiras semanas de funcionamento parlamentar, propor a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito aos ataques informáticos sofridos por várias instituições em Portugal nas últimas semanas, bem como a responsabilidade do Estado português na falta de preparação para responder, prevenir e impedir os mesmos", conclui o comunicado.
Nas legislativas de 30 de janeiro, o Chega alargou a sua presença na Assembleia da República, passando de um único deputado para 12, obtendo nas urnas 7,28%, equivalentes a 410.965 votos.
A criação de comissões de inquérito parlamentares tem de ser aprovada pela maioria dos deputados ou em alternativa propostos por um quinto dos 230 parlamentares
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