Terminou a reunião entre António Costa e a líder do PAN. No rescaldo do encontro, Inês Sousa Real salientou, acima de tudo, a "abertura" do primeiro-ministro para aceitar algumas das propostas do PAN para a próxima legislatura.
A líder do PAN afirmou que o encontro serviu, essencialmente, para reforçar “compromissos que já tinham sido tomados” anteriormente e elogiou a disponibilidade do primeiro-ministro para manter os diálogos com os partidos em sede da Assembleia da República.
Inês Sousa Real revelou que Costa mostrou “abertura para encontrar um modelo que garanta a presença regular do governo na Assembleia da República e uma maior participação dos partidos”. A garantia surge após vários apelos para que os debates quinzenais não deixem de existir, agora que existe um governo de maioria.
Relativamente às medidas apresentadas pelo partido, a governante garantiu que será sua prioridade o “combate à pobreza energética, para que haja mais apoios e Portugal deixe de ser um país onde se morre de frio no Inverno”, ou ainda a criação dos hospitais públicos veterinários e uma maior "aposta nos transportes públicos para a sua maior eficiência, fundamental para combater mais eficazmente as alterações climáticas e a descarbonização da economia".
Considerou, ainda, importante garantir "a transparência" no uso dos fundos que Portugal vai receber no âmbito do PRR e de outros programas de apoio.
Questionada se, finda a reunião, pode garantir-se que o PAN vai aprovar o Orçamento do Estado, Inês Sousa Real disse que terá “que conhecer a proposta e perceber se efetivamente estão materializadas as propostas que foram faladas”, e garantiu que continuará a fazer uma “oposição firme e presente e ao mesmo tempo dialogante para que as nossas causas não fiquem para trás”.
Contudo, fez questão de salientar que a reunião de hoje e esta legislatura não se resumem a este "momento do ano" em que se regem as contas do país.
Já sobre a reunião no Infarmed marcada para esta quarta-feira, que junta epidemiologistas e políticos para abordar a pandemia da covid-19, referiu que Portugal atravessa "um momento sanitário diferente", uma vez que foi "bem-sucedido com o plano de vacinação" e a adesão às regras sanitárias, e pediu que não haja "discriminação entre quem está vacinado e quem não está vacinado".
Na ocasião, a líder do Pessoas-Animais-Natureza foi questionada ainda sobre o manifesto que pede a convocação de um congresso eletivo num prazo máximo de cinco meses, mas remeteu um comentário a esse aspeto da vida interna do partido para "um momento posterior à auscultação dos filiados".
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