Miguel Tiago, antigo deputado do Partido Comunista Português (PCP), recorreu ao Facebook para fazer um comentário acerca da guerra que decorre, há mais de um mês, no leste da Europa. "Infelizmente, tenho a sensação que os refugiados vão perceber em breve que isto é tudo mais amor à NATO e ódio à Rússia que solidariedade com a Ucrânia", escreveu.
De recordar que o PCP foi o único partido português a recusar condenar claramente o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, pela invasão do território ucraniano, com o dirigente João Oliveira a ter já referido que é "evidente que a situação que se vive na Ucrânia não é um problema entre russos e ucranianos, nem apenas uma disputa por território ou demarcação de fronteiras".
"O problema é mais profundo, mais amplo e ultrapassa em muito o leste europeu", argumentou Oliveira no mês passado durante um debate da comissão Permanente da Assembleia da República, apontando o dedo aos Estados Unidos da América.
O número de pedidos de proteção temporária por parte de ucranianos e cidadãos estrangeiros naquele país invadido pela Rússia aproxima-se já dos 25 mil, de acordo com dados ontem avançados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
De lembrar ainda que o SEF tem uma plataforma 'online', em três línguas, para pedidos de proteção temporária por residentes ucranianos. A plataforma 'SEFforUkraine.sef.pt' - a que pode aceder aqui - "possibilita a todos os cidadãos ucranianos e seus familiares (agregado familiar), bem como a qualquer cidadão estrangeiro a residir na Ucrânia, fazer online um pedido de proteção temporária de um ano, prorrogável por dois períodos de seis meses".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: AO MINUTO: Russos não estão a sair da Ucrânia, alerta NATO