Líder da JSD quer partido a "repensar forma de eleição" do presidente

O líder da JSD e recandidato ao cargo, Alexandre Poço, defende que o PSD repense a forma de eleição do presidente em diretas e quer esta estrutura autónoma "na linha da frente" do processo de reforma interna do partido.

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© Reprodução Facebook / Alexandre Poço

Lusa
06/04/2022 15:54 ‧ 06/04/2022 por Lusa

Política

Alexandre Poço

O Congresso da Juventude Social-Democrata realiza-se entre sexta-feira e domingo, em Almada (Setúbal), e será encerrado pelo presidente do PSD, Rui Rio.

Alexandre Poço, líder da JSD e até agora candidato único (pode haver candidaturas durante a reunião, embora seja pouco provável), faz na sua moção de estratégia global intitulada "Na linha da frente" um diagnóstico crítico da governação socialista, mas também dos resultados recentes do PSD, falando em "pesada derrota" e "duro golpe" nas legislativas de 30 de janeiro.

"Depois de uma legislatura de estagnação e adiamento de reformas, uma crise artificial serviu para António Costa se livrar dos seus parceiros da primeira hora e governar sozinho. O PSD não conseguiu apresentar a alternativa reformista que os portugueses exigiam e Portugal precisava. Neste momento de reflexão devemos começar com uma introspeção. Começar por olhar para nós", defende Alexandre Poço.

Para o candidato à liderança da JSD, é importante "intensificar a oposição" ao Partido Socialista, "mas é também o momento do PSD olhar para dentro de portas e proceder a reformas que o tragam para a linha da frente do combate político no séc. XXI".

"Cabe à JSD impelir o PSD a reinventar-se para estar na linha da frente do combate à governação socialista e na linha da frente da alternativa política em Portugal", apela.

Na vertente "da urgente modernização e reforma interna do PSD" que preconiza, Alexandre Poço inclui "repensar a atual forma como o PSD elege os seus órgãos nacionais, em vigor desde 2007".

"A implementação de eleições diretas permitiu que todos os militantes sejam chamados a pronunciar-se sobre o líder que pretendem para o partido. O aumento da base democrática do presidente do PSD foi uma transformação positiva, que acarretou, todavia, o aumento das piores práticas de caciquismo e simultaneamente 'matou' os congressos nacionais", lamentou.

Reativar eventos presenciais que não se realizaram nos últimos anos devido à pandemia de covid-19 - como a tradicional Universidade de Verão da JSD, que habitualmente marcava a 'rentrée' política do partido, e que quer de volta já este ano -, alargar e simplificar as formas de filiação no partido e modernizar a comunicação política são outras das ideias que constam na moção de Alexandre Poço.

"O PSD deve apostar em reinventar a forma como comunica com os portugueses. A comunicação política desenvolveu-se a uma velocidade vertiginosa, mas, uma vez mais, o nosso partido não teve capacidade para a acompanhar", lamentou, defendendo uma maior aposta da JSD em ações do chamado 'marketing de guerrilha', quer em cartazes, quer em ações de rua.

Com a maioria absoluta do PS, o deputado e membro por inerência da Comissão Política Nacional do PSD defende que "a JSD tem de intensificar o combate político, o escrutínio e a fiscalização da atividade do governo, sempre com coragem e ambição".

"Além do trabalho que desenvolvemos no parlamento com as intervenções e propostas da JSD, temos de garantir que a oposição se faz também nas ruas, nas escolas, no ensino superior, junto das forças vivas da sociedade civil", apela.

Na sua moção, Alexandre Poço recorda que as europeias de 2024 serão as próximas eleições a disputar pelo partido.

"Estas eleições serão um momento de avaliação: por um lado, ao desgaste de um Governo que se prevê autofágico, mais preocupado com a sucessão de Costa do que em resolver os problemas dos portugueses. Por outro lado, serão um barómetro relevante para atestar a capacidade de o PSD apresentar uma solução credível, claramente alternativa e assumidamente reformista", afirmou.

A moção de 28 páginas aborda a perspetiva da JSD nas várias áreas da governação, como fiscalidade, habitação, saúde, educação, mercado laboral ou cultura, e os desafios internos desta estrutura autónoma do PSD, que passam pelo reforço da sua digitalização.

O candidato quer também começar a preparar os 50 anos da JSD - que se completarão em 2024 -, propondo que as comemorações se iniciem um ano antes, iniciando-se em julho de 2023.

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