O PSD propôs, esta terça-feira, que seja constituída uma delegação de deputados da Assembleia da República para visitarem o parlamento ucraniano e, numa proposta dirigida ao presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Sérgio Sousa Pinto, o partido defendeu que, após a sessão solene realizada na quinta-feira com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por vídeoconferência, "é preciso continuar e aprofundar o apoio à causa ucraniana".
Na noite de ontem, na antena da CNN Portugal, onde é comentador habitual, Sérgio Sousa Pinto comentou esta proposta social-democrata, não se mostrando muito adepto da intenção.
"A presidente da comissão parlamentar ucraniana para a Integração na União Europeia contactou-me no sentido de uma reunião, por videoconferência, entre os deputados ucranianos e os deputados portugueses porque, evidentemente, está a conduzir uma ofensiva diplomática [...] a um conjunto de países para falar das expectativas da Ucrânia", começou por esclarecer.
Sérgio Sousa Pinto vincou que "estes são os termos em que o parlamento ucraniano deseja conduzir a sua ação no sentido de se aproximar dos povos" e "fazer valer os seus pontos de vista".
"A visita, neste momento, pode ser mais uma trapalhada, excelente para quem tem como prioridade ser fotografado ao lado de Zelensky ou de um ucraniano qualquer em Kyiv, mas talvez não seja a medida que melhor sirva os interesses da Ucrânia e, provavelmente, também de Portugal", asseverou o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
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