"No horizonte do mandato da nova Comissão Política Nacional, até 2024, apenas se disputarão as eleições regionais na Madeira [2023], onde devemos ambicionar alcançar uma maioria absoluta do PSD, e as eleições europeias [2024], onde temos de assumir de forma clara o objetivo de vencer", refere o candidato, na moção de estratégia hoje divulgada e intitulada "Direito ao Futuro".
o antigo vice-presidente do PSD promete ainda avançar, de imediato, para "uma atempada preparação" das eleições seguintes, que já não se disputarão no mandato de dois anos do próximo presidente da Comissão Política Nacional, ao qual se candidata nas diretas de 28 de maio.
"Eleições regionais nos Açores (onde devemos ambicionar uma maioria absoluta do PSD), eleições autárquicas (onde o PSD terá de se voltar a afirmar como o maior partido do poder local) e eleições legislativas", aponta.
Atualmente, o PSD governa em coligação com o CDS-PP na Madeira - tendo perdido a maioria absoluta nas últimas regionais -, enquanto nos Açores também encabeça o executivo regional, apesar de ter ficado em segundo lugar nas últimas eleições, governando em coligação com CDS-PP e PPPM e com um acordo parlamentar com Chega e Iniciativa Liberal.
Moreira da Silva considera que, ainda que as eleições legislativas estejam previstas apenas para 2026, "o PSD tem de se preparar de imediato para esse desafio eleitoral, discutindo e apresentando, num processo amplamente participado pelos militantes e pelos cidadãos em geral, uma nova geração de políticas públicas e de reformas estruturais".
"Uma sequência vitoriosa em todos as eleições previstas para os próximos 4 anos pressupõe verdade e inconformismo no diagnostico dos problemas; inovação e reformismo nas soluções políticas apresentadas; e integridade e credibilidade dos nossos protagonistas".
E estabelece uma outra condição prévia: "O espírito de unidade no partido, para o qual todos temos a obrigação de contribuir".
Na parte da moção mais virada para o PSD, Moreira da Silva reitera compromissos já assumidos na sua declaração de candidatura, como a apresentação de um 'Governo-sombra' no próximo Congresso de julho e a atualização das linhas programáticas num Congresso extraordinário em 2023, no qual seriam também revistos os estatutos do partido.
"Os eleitores esperam de nós uma clarificação e uma atualização. Uma clarificação sobre a natureza do nosso relacionamento com outros partidos e uma atualização das nossas linhas programáticas", aponta.
Tal como tinha afirmado na apresentação, Moreira da Silva recusa "uma estéril e obsoleta discussão sobre o posicionamento do PSD como um partido de centro ou um partido de direita", e situa o PSD "como o espaço amplo que une todos os reformistas e que agrega social-democratas e liberais-sociais".
O candidato apontou que o PSD se distingue do PS "pela vocação reformista, pela valorização da iniciativa privada, pelo reconhecimento do mérito" e dos partidos mais à direita "por não ser um partido de nicho, com reservas quanto ao combate às alterações climáticas e ao papel essencial do Estado".
"E, principalmente, que não admite, em qualquer circunstância dialogar e negociar com forças populistas e extremistas", reafirma, lembrando que "de forma praticamente isolada", alertou para os riscos da ambiguidade da relação com o Chega.
Neste capítulo, voltou a considerar que "o resultado das eleições legislativas confirma que tinha razão".
"Lamentamos que, em 2020, muitos tenham ficado convenientemente calados e, ainda pior, venham agora definir o PSD como a casa comum dos 'não socialistas'. Na casa do PSD, não acabem racistas, xenófobos e populistas", escreve, numa crítica ao seu adversário interno que já tinha feito na apresentação da candidatura.
Um código de conduta "aplicável a todos os militantes e eleitos do PSD", formação obrigatória "para todos os candidatos a eleições autárquicas, legislativas e europeias" e novas formas de militância do partido são outros compromissos inscritos na moção e que já tinha enunciado em 20 de abril.
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