Aeroporto? Costa "entrou de leão e saiu de sendeiro"

José Silvano diz que polémica em torno do novo aeroporto de Lisboa fragiliza o Governo e que agora tudo seria diferente para a direção de Rio, que está de partida, se o Governo não tivesse caído.

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Carmen Guilherme
01/07/2022 18:14 ‧ 01/07/2022 por Carmen Guilherme

Política

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José Silvano, que se despede do cargo de secretário-geral do PSD, considerou, esta sexta-feira, que a polémica em torno do novo aeroporto de Lisboa "fragiliza" o Governo e que este seria um bom momento para Rui Rio continuar na liderança do partido, considerado que a direção de Rio sofreu as consequências da queda do Executivo a meio do mandato.

Questionado sobre se a mais recente polémica com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o primeiro-ministro, António Costa, seria um momento de capitalização para Rio, Silvano foi claro: "Não tenho nenhuma dúvida", disse, em declarações à RTP3, à entrada do 40º Congresso Nacional do PSD, que arranca esta sexta-feira no Porto.

O também deputado considera que a direção de Rui Rio sofreu as "consequências" da queda do anterior Governo e que tudo seria diferente se o mandato tivesse continuado.

"Outro fator foi o Governo ter caído a meio do mandato. Os portugueses são contra quem tira o Governo e o primeiro-ministro de lá . E nós sofremos as consequências disso também", disse, notando que "se não houvesse a queda antecipada do Governo" o final teria sido diferente para Rui Rio e para o PSD, sobretudo nas legislativas.

"Penso que tínhamos as condições agora pelo que se está a ver. O que dizíamos na campanha está-se a verificar agora", notou, falando no "desgaste" do Executivo de Costa.

Questionado sobre se Luís Montenegro esteve mal na resposta ao Governo nesta questão, tal como apontado por Pedro Nuno Santos, Silvano diz não saber se esse foi o "único fator", uma vez que "ainda está muita coisa por esclarecer" na polémica entre o ministro e Costa.

"Não se toma uma decisão daquelas e não se faz um comunicado daqueles do primeiro-ministro, para depois ter o resultado que teve (…) o primeiro-ministro entrou de leão e saiu de sendeiro. Isto é, estávamos todos à espera que o primeiro-ministro exercesse o seu poder e demitisse o ministro e no final nem houve demissão do ministro, apenas houve um pedido de desculpas", sublinhou.

"Acho que deixa o Governo mais fragilizado e que isso se vai refletir agora na oposição e no desgaste do Governo nos próximos tempos", disse o social-democrata.

No caso de o PSD se envolver na decisão sobre o novo aeroporto, José Silvano entende que essa é uma resposta que compete "ao futuro líder", Montenegro, mas que o PSD se deve "empenhar e encontrar" uma solução para o país.

Ao falar sobre o tempo da direção que agora se despede, Silvano diz que foi um "caminho de espinhos", mas que não há nada que tenha "um sabor doce no final" se não for "amargo" pelo caminho.

Assumido que o problema foi não vencer eleições, Silvano destaca também alguns "sucessos", nomeadamente a credibilidade de Rui Rio.

"Para o povo português ele divide. Há quem goste muito dele e há quem o deteste (…) O líder equilibrado que agrada a todos, geralmente, não é um bom primeiro-ministro", completou.

Leia Também: Aeroporto. Autarca de Alcochete acha correto Costa ouvir oposição

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