À saída de uma audiência com o SITAVA - Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, na delegação da ilha de São Miguel da Assembleia Legislativa dos Açores, António Lima afirmou que existe uma "enorme falta de informação sobre o ponto de situação destes processos".
De acordo com o parlamentar, o processo de privatização da Azores Airlines "tem sido marcado por uma enorme confusão e opacidade".
"A confusão está à vista, o Governo Regional cancelou o processo, retomou o processo, o presidente do Governo Regional diz que não está par, que quem está a tratar é a administração, o que é incompreensível porque o executivo é o acionista, representa os açorianos", afirmou António Lima.
O também líder do BE/Açores frisou que "quem irá assinar qualquer venda é o Governo Regional", sendo que o presidente do Governo Regional "não se pode demitir da sua responsabilidade e estar à frente desse processo e comunicar o que está a fazer".
O dirigente do Bloco sugeriu, a propósito das mensagens festivas tradicionais nesta altura do ano, que o presidente do Governo Regional "deveria aproveitar para dizer aos açorianos e aos trabalhadores em geral em que ponto é que está a privatização da Azores Airlines".
O deputado questionou como é que, "depois de 453 milhões de euros em ajudas públicas do orçamento dos Açores, a SATA irá terminar 2024 com prejuízos de cerca de 200 milhões de euros".
O BE/Açores declarou, por outro lado, que sobre o processo de renovação da frota da Sata Air Açores "nada se sabe e sabe-se que é urgente, fundamental, para garantir a mobilidade dos açorianos interilhas"
A 13 de dezembro, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, confirmou que a SATA e o consórcio Newtour/MS Aviation estão a negociar a privatização da Azores Airlines e adiantou que a região vai assumir a dívida da companhia aérea.
Em entrevista à RTP e Antena 1 dos Açores, José Manuel Bolieiro garantiu que o executivo açoriano "não está envolvido em negociações algumas", mas confirmou que a administração da SATA está a negociar com o único consórcio admitido no concurso de privatização da Azores Airlines.
"Primeira clarificação: nós queremos privatizar a Azores Airlines. Em segundo lugar, cumpriremos o que está estabelecido com a Comissão Europeia. Terceiro, o governo não se envolve em negociações porque essa é uma responsabilidade da administração da holding", afirmou.
O presidente do Governo Regional também não afastou a possibilidade de existir um novo concurso para a venda da transportadora regional.
O Governo dos Açores anunciou, em 02 de maio, o cancelamento do concurso de privatização da Azores Airlines e o lançamento de um novo, alegando que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões, negando que as reservas sobre o consórcio concorrente tenham pesado na decisão.
Leia Também: Há cerca de 250 navios com tesouros ao largo de Portugal, diz arqueólogo