Poucos dias depois de ter sido extinto um grande incêndio que deflagrou no Parque Natural da Serra da Estrela e que mais hectares consumiu este ano -- mais de 22.000, correspondentes a 25% da área total -, o dirigente comunista Octávio Augusto criticou a narrativa do Governo, que "insiste que está tudo bem", enquanto se sucedem "relatos de insuficiência de meios, descoordenação, duplicação de orientações e comando".
Na ótica do partido, o que mais se vê do executivo nesta matéria são "os governantes a chamarem a si os louros do que vai correndo bem e a passarem, quando corre mal, o ónus dos incêndios para as populações e para os comportamentos individuais".
"É evidente que os incêndios remetem para anos de política de desresponsabilização e destruição dos organismos do Estado nas áreas da conservação da natureza e da gestão e planeamento florestal", sustentou Octávio Augusto, um dos 25 elementos da Comissão Política do Comité Central comunista.
No reinício da sessão legislativa, o PCP vai apresentar uma proposta para a "elaboração de um plano de emergência que assegure meios humanos, financeiros e técnicos para a sua gestão" e para "a defesa e valorização da produção agrícola e pecuária".
Este plano, prosseguiu o dirigente, também prevê medidas de planificação e programação para repovoar a floresta e para restabelecer o "património natural perdido".
Questionado pela Lusa sobre a forma que terá esta proposta -- projeto-lei ou de resolução -- Octávio Augusto disse que o partido ainda está a decidir.
A par desta proposta também vai ser apresentado um diploma para estabelecer "medidas de estabilização de emergência de solos a todos os incêndios de grande dimensão", assim como a garantia de financiamento público para esse fim.
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