A deputada do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua reagiu às medidas de apoio anunciadas, esta segunda-feira, por António Costa referindo essencialmente que este é um pacote "muito curto".
"O pacote de medidas é muito curto porque o seu valor - 2.400 milhões de euros - fica muito aquém de toda a receita fiscal extraordinária que os portugueses estão a entregar ao estado através do IVA acrescido ou através dos impostos sobre os combustíveis fruto da inflação", referiu.
Disse ainda que as medidas não chegam "para compensar toda a perda de poder de compra dos salários e das pensões que todas as pessoas tem tido ao longo do último ano".
Porém, é no que chama "os truques" do Governo que a deputada mais chama a atenção e avisa que: "o anúncio feito por António Costa não é um aumento da sua pensão". Ou seja, "a lei de atualização de pensões que foi congelada na anterior legislatura significa que em 2023, fruto da combinação entre o aumento do PIB, o crescimento da economia e a inflação, vai haver uma atualização muito generosa e justa das pensões e o que António Costa está a dizer aos pensionistas é que vai rever essa lei e que vai fazer um aumento em baixa e em troca dar meia pensão em 2022", refere.
Outro "truque" sobre o qual alerta refere-se a "quem ouviu o Primeiro-ministro e acha que o IVA da eletricidade vai descer para 6%" e diz que tal não é verdade afirmando: "só desce para 6% a parcela do IVA que estava a 13%", que não corresponde a toda a fatura.
Quanto a combustíveis, "as medidas limitam-se a atualizar aquilo que já existia", salienta, e nos passes dos transportes públicos, "ao contrário de países onde os passes estão a ser gratuitos" aqui o Governo vai "congelar os aumentos".
Quanto a alternativas, o Bloco propõe nomeadamente a atualização de salários e controlo da inflação através do preço do retalho e bens alimentares tal como os combustíveis. Querem ainda taxar os lucros excessivos porque "Portugal é único país em que o Governo se recusa a taxar".
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