Bruxelas. Livre pede a Governo que não se deixe "ultrapassar pela bolha"

O Livre apelou ao Governo para que não se deixe "ultrapassar pela bolha de Bruxelas" no que toca à taxação de lucros extraordinários das empresas energéticas, proposta, esta quarta-feira, pela presidente da Comissão Europeia.

Notícia

© Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens

Lusa
14/09/2022 19:24 ‧ 14/09/2022 por Lusa

Política

lucros extraordinários

"Preferia que em Portugal não estivéssemos à espera de ver num discurso da presidente da Comissão Europeia, que uma boa parte da imprensa considerou sem chama e sem visão, ouvir falar pela primeira vez da taxação de lucros excessivos de empresas ou de tabelamento de preços e esperar que seja através de Bruxelas que finalmente o Governo em Lisboa fale desses temas", advertiu Rui Tavares.

O deputado único do Livre falava no período de declarações políticas na Assembleia da República num discurso em que apelou ao executivo para que não se deixe "ultrapassar pela bolha de Bruxelas".

"Durante a pandemia foi dito às pessoas que a encarassem como uma guerra e agora que estamos em guerra como é que o Governo espera encarar a guerra? Se é deixando-se ultrapassar pela bolha de Bruxelas em problemas tão cruciais como estes e que estão na cara que nestes momentos históricos têm de ser as medidas audazes que os governos têm que tomar para proteger as suas populações", sustentou.

Centrando-se na intervenção da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no debate sobre o Estado da União, em Estrasburgo, Tavares referiu a proposta da criação de um "novo banco europeu" para fomentar investimentos em projetos de hidrogénio na União Europeia (UE), orçado em três mil milhões de euros.

O deputado lembrou que o Livre defende a criação de uma empresa pública de hidrogénio em Portugal desde o início de legislatura e instou o Governo a criá-la.

"Só temos duas opções neste tempo decisivo que estamos a viver na Europa: ou deixamos que os outros tomem conta do debate público, oferecendo-lhes discursos dignos dos anos 30 (...) sem tirar nem pôr iguais aos que encontramos nos manuais de História acerca desses anos 30 ou falamos de futuro. O apelo é que falemos de futuro", vincou.

Rui Tavares pediu ainda que, no dia em que foi hasteada uma bandeira da UE no exterior do Palácio de São Bento, o parlamento tenha uma relação com a Europa que "não se fique pelo simbólico e pelo tardio".

Nos pedidos de esclarecimento, o deputado socialista Luís Capoulas Santos deixou vários elogios ao discurso proferido hoje pela presidente da Comissão Europeia, dizendo que foi "um discurso com substância" e no qual foi reafirmado o apoio da UE à Ucrânia face à invasão da Rússia.

O presidente da comissão parlamentar de Assuntos Europeus considerou ainda que von der Leyen "deu resposta à crise energética e anunciou um conjunto de apoios muito relevantes à indústria europeia, particularmente para as empresas com maior consumo de energia, a par do reforço na aposta nas renováveis, na eólica e no hidrogénio".

O socialista saudou também o "anúncio da proposta de angariação de 150 mil milhões de euros de apoio às famílias e empresas" e o "reforço no combate às alterações climáticas".

Já a deputada do PAN, Inês Sousa Real defendeu a necessidade de taxar os lucros excessivos das empresas e insistiu na necessidade do país apostar nos transportes públicos ou na regulamentação dos preços máximos dos combustíveis.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu hoje que os lucros extraordinários das empresas do setor do petróleo, gás, carvão e refinarias devem "ser canalizados para os que mais precisam", propondo uma contribuição solidária.

"Não me interpretem mal. Na nossa economia social de mercado, os lucros são bons, mas, nestes tempos, é errado receber receitas e lucros extraordinários recordes beneficiando da guerra e nas costas dos nossos consumidores, [pelo que], nestes tempos, os lucros devem ser partilhados e canalizados para aqueles que mais precisam", declarou Ursula von der Leyen, intervindo no seu terceiro discurso sobre o Estado da União, na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

Leia Também: Combustíveis fósseis: Bruxelas quer taxa de 33% sobre lucros extra

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas