Medidas para combater inflação? São "frouxas", diz Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou, esta quarta-feira, "frouxas" as medidas apresentadas pelo Governo para combater a inflação.

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Lusa
14/09/2022 19:29 ‧ 14/09/2022 por Lusa

Política

PCP

"O que o Governo do PS apresentou são medidas frouxas, meias-medidas, onde estão também presentes muito engano e muito ilusionismo", disse Jerónimo de Sousa numa sessão pública dedicada ao tema "mais e melhores serviços públicos" que decorreu hoje em Almada, no distrito de Setúbal.

O secretário-geral do PCP defendeu que o país precisa de outras medidas, que passam pela recuperação para o domínio público dos instrumentos e setores estratégicos da economia nacional, que combatam a especulação e reponham o poder de compra.

"Isso o Governo não faz. Não faz porque o Governo não quer afrontar os grandes interesses económicos. O grande capital passa nestas medidas do Governo por entre os pingos da chuva sem se molhar, continuando alegremente a especular e a arrecadar milhões de lucros", disse.

Em causa está, adiantou, a necessidade de medidas de emergência a serem concretizadas desde já, como "o aumento geral dos salários e das pensões numa percentagem que assegure a reposição e valorização do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados, bem como o aumento intercalar do Salário Mínimo Nacional para 800 euros".

Jerónimo de Sousa considerou que "o surto inflacionista" e a "onda especulativa de preços dos bens essenciais" não encontra resposta por parte do Governo, defendendo que as medidas apresentadas de combate à inflação "passam ao lado do necessário combate que se impunha".

Na sua intervenção, o dirigente do PCP defendeu a valorização dos serviços públicos, mas também dos trabalhadores da administração pública.

"Vitimas desta política que submete os serviços públicos à ditadura do défice e do euro são igualmente os trabalhadores da administração pública que veem os seus salários e as suas carreiras desvalorizadas há anos e que o atual Governo do PS teima em prosseguir esse caminho de desvalorização quando afirma que as suas remunerações não podem acompanhar o valor da inflação", disse.

Jerónimo de Sousa falou ainda da área da saúde, defendendo mais recursos financeiros para o Serviço Nacional de Saúde de forma a valorizar os seus profissionais e alertou que a nomeação de um novo diretor executivo do SNS "não pode significar uma desresponsabilização do Ministério da Saúde".

Em matéria de transportes públicos fez referência aos problemas vividos no distrito de Setúbal, defendendo a expansão do Metro de superfície até à Moita, Montijo e Alcochete e do Monte da Caparica à Costa da Caparica.

Relativamente ao transporte fluvial, propôs o reforço da componente de manutenção dos navios ao serviço da Transtejo e da Soflusa, de forma a evitar ruturas no serviço assim como a aceleração da construção de novos navios.

Já no que se refere aos constrangimentos vividos no transporte público rodoviário, o secretário-geral do PCP considerou "inadmissível" que as populações dos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal, Almada, Seixal e Sesimbra "continuem a ser prejudicadas nas suas vidas pelos sucessivos incumprimentos das empresas".

[Notícia atualizada às 20h31]

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