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Redução do IRC demonstra opção política do PS de favorecer grandes grupos

O PCP considerou hoje que a proposta do Governo de redução do IRC demonstra que da parte do PS existe uma "opção política cada vez mais clara de favorecer os grandes grupos económicos".

Redução do IRC demonstra opção política do PS de favorecer grandes grupos
Notícias ao Minuto

12:45 - 19/09/22 por Lusa

Política PCP

Contactado pela Lusa, o deputado comunista Bruno Dias disse que "colocar a questão de uma 'redução transversal' do IRC, conforme a expressão do ministro da Economia, na verdade traduz uma opção política de beneficiar aqueles que - ao contrário das micro, pequenas e médias empresas - contribuem muito menos do que seria exigível".

No domingo, o ministro da Economia, António Costa Silva, disse que, "face à crise" que o país está a atravessar, uma "redução transversal" do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) seria "extremamente benéfica" e um "sinal extremamente importante para toda a indústria" portuguesa.

Na ótica do PCP, essa proposta reflete apenas que "continua a haver uma situação de grande injustiça e de grande desigualdade" para com os trabalhadores por conta de outrem e as empresas de menor dimensão, "ao passo que os grandes grupos económicos continuam a viver acima das possibilidades".

"Há uma opção política cada vez mais clara de favorecer os grandes grupos económicos", reforçou o dirigente do PCP.

Bruno Dias acrescentou que António Costa Silva é o mesmo ministro que diz que as grandes empresas "não estavam preparadas para a tributação" sobre os lucros extraordinários.

Se isto seria "sempre inadmissível" em "qualquer altura", continuou o deputado comunista, hoje é "quase chocante" face à degradação das condições de vida dos portugueses.

"O Governo pelos vistos considera que os grandes grupos económicos só estão preparados para os lucros, não estão preparados para serem tributados. O povo é que tem de estar preparado para o aumento da fatura da energia, do preço da renda e da conta do supermercado", rematou.

Atualmente a taxa de IRC é de 21% sobre o lucro das empresas até 1,5 milhões de euros. A esta taxa acresce uma derrama estadual para as empresas com maior lucro e, ainda, uma derrama municipal.

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