Ventura confiante na eleição de 'vice' da AR e saúda PSD
O presidente do Chega disse ter "boas expectativas" quanto à possibilidade de o Chega eleger hoje o seu candidato a vice-presidente do parlamento, agradecendo ao PSD e IL a indicação de votos a favor.
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Política CHEGA
Questionado como pode ser entendido o apelo do líder parlamentar do PSD para o voto favorável dos seus deputados no candidato Rui Paulo Sousa, André Ventura considerou-o "um sinal de normalização" que abre perspetivas para um entendimento dos dois partidos em 2026.
"Cada vez mais fica claro que em 2026 tem de haver esta normalização para poder haver uma alternativa", afirmou o deputado, em declarações aos jornalistas no parlamento.
André Ventura disse ter tido contactos com os presidentes quer do PSD, quer da IL, no sentido de assegurar uma orientação de voto favorável, embora recusando que haja já qualquer perspetiva de acordo ou entendimento com os sociais-democratas com vista às próximas legislativas.
"Não há entendimento nenhum, não há acordo nenhum, também votaríamos um candidato do PSD. É apenas um sinal de respeito institucional pelos resultados de 30 de janeiro. Não houve nenhuma reunião presidencial com Luís Montenegro, esse caminho não está ainda trilhado", disse, lembrando que os dois partidos ainda terão eleições internas antes de 2026.
O presidente do Chega considerou que, entre os votos do Chega, IL e PSD, o candidato do partido poderia somar cerca de uma centena de votos, dizendo que "a incógnita é o PS".
"Ouvi o líder do grupo parlamentar do PS dizer que votará contra pessoalmente, mas não se comprometeu com o sentido de voto da bancada, tanto quanto sabemos há liberdade de voto", frisou, dizendo que bastariam alguns votos de deputados socialistas.
Ainda assim, Ventura disse "não querer deitar foguetes antes da festa", admitindo que, sendo o voto secreto, mesmo os deputados do PSD e IL podem não seguir a indicação de voto favorável.
Nas suas declarações, o presidente e deputado do Chega disse ter indicações que, dentro da bancada do PS, há deputados que entendem que o Chega, como terceira força política mais votada, deve ter direito a um 'vice' e até recorreu a declarações do presidente da Assembleia da República.
"É sabido que Augusto Santos Silva já deu indicações na conferência de líderes de que há muito trabalho na presidência da Assembleia da República, e que por isso é positivo que seja eleito outro vice-presidente", afirmou Ventura, considerando que "institucionalmente está criado o ambiente" para a concretização dessa eleição.
A eleição de um vice-presidente da Mesa da Assembleia da República implica a maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções, ou seja, 116.
Mesmo que todos os deputados do Chega, (12), IL (oito) e PSD votem a favor, totalizariam 97, ficando a faltar 19 votos de outras bancadas.
Ventura sinalizou a diferença entre a anterior liderança do PSD, encabeçada por Rui Rio, "que não quis fazer esta normalização", e o atual presidente social-democrata, que "tem tido uma atitude diferente".
O líder do Chega confirmou ainda que o apelo de Joaquim Miranda Sarmento para que a bancada do PSD vote a favor do candidato do Chega "foi concertada com Luís Montenegro" e consigo".
"É assim que a direita deve funcionar, cada um na sua diferença, mas com expectativa para 2026", defendeu.
O líder parlamentar do PSD apelou hoje aos deputados sociais-democratas que votem a favor do candidato apresentado pelo Chega a vice-presidente da Assembleia da República, invocando a "prática parlamentar" que atribui esse cargo aos quatro partidos mais votados.
"Nesse sentido, a direção do grupo parlamentar apela às senhoras e senhores deputados que votem a favor da candidatura apresentada nas eleições se que realizam hoje", escreve Joaquim Miranda Sarmento, num email enviado hoje os deputados, a que a Lusa teve acesso.
O Chega apresenta hoje pela terceira vez a votos um candidato para a vice-presidência da mesa da Assembleia da República, depois de terem sido rejeitados os deputados Diogo Pacheco de Amorim e Gabriel Mithá Ribeiro no início da legislatura, com 35 e 37 votos favoráveis, respetivamente.
Quando a questão se colocou no início da legislatura, o PSD -- então liderado por Rui Rio e com Adão Silva como líder parlamentar -- decidiu dar "total liberdade de voto" aos deputados na votação dos vários candidatos a vice-presidentes da Assembleia da República.
[Notícia atualizada às 15h53]
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