Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura disse ter sido "apanhado de surpresa" com o anúncio feito este domingo de que o deputado João Cotrim Figueiredo vai abandonar a liderança da Iniciativa Liberal.
"Entendo que é uma decisão que poderá resultar mais de conflitos internos e de perturbação interna do que uma decisão unicamente voluntária, do próprio. Conhecendo o João como conheço, sei que não é uma pessoa de conflitos nem de conflitualidade política e provavelmente terá querido pacificar o partido", alegou Ventura, salientando que já existia um "apagamento progressivo" de Cotrim Figueiredo nos debates parlamentares e na intervenção pública.
André Ventura disse que não esperava a candidatura de Rui Rocha, também deputado na Assembleia da República, mas salientou que tem uma "excelente relação" com este dirigente liberal, desejando o melhor ao líder cessante e que a IL "rapidamente se possa recompor".
O presidente do Chega foi ainda questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, que afirmou hoje perceber a saída de Cotrim Figueiredo da liderança da Iniciativa Liberal, acusando esta força política de competir com o Chega na má educação democrática e no estilo de luta livre no lamaçal.
"Se alguém se tem pautado pela má educação democrática, e muitas vezes até pela luta no lamaçal e por permitir que o lamaçal aumente em Portugal é o primeiro-ministro António Costa. Ainda agora vimos isto das incompatibilidades, com o enorme lamaçal a aumentar pelo país todos os dias, com suspeitas gravíssimas, com as pessoas cada vez mais desconfiadas, o primeiro-ministro olha para o lado, diz que está tudo bem, e continua. Isso é que é fazer aumentar o lamaçal, não é exigir responsabilidades", argumentou.
Ventura criticou que o primeiro-ministro use "todos os episódios possíveis para atacar o Chega".
"Acho que o primeiro-ministro tinha como objetivo atacar o Chega, acho é que não fica bem quando estamos a falar de outro partido estarmos sempre a colocar os nossos objetivos subliminares políticos nessas declarações. Se queria atacar o Chegam atacava o Chega, não precisava de desvalorizar a IL para atacar Chega", acrescentou.
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