A deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua considerou, esta terça-feira, que o que "alegadamente se passou no Ministério da Defesa - ajustes diretos para empresas fictícias - merece responsabilidade política".
A posição da bloquista foi veiculada através de uma publicação na rede social Twitter, onde acrescentou ainda que a "maneira como o PS trata todos os casos em que está envolvido, com sobranceria e desvalorização, não faz bem à democracia".
As declarações surgem no mesmo dia em que João Gomes Cravinho, antigo ministro da Defesa Nacional e que é, atualmente, o responsável máximo pela pasta dos Negócios Estrangeiros, foi ouvido no Parlamento, no contexto do debate de urgência, requerido pelo Chega, que trouxe à discussão o tema das suspeitas de corrupção no Ministério da Defesa.
A maneira como o PS trata todos os casos em que está envolvido, com sobranceria e desvalorização, não faz bem à democracia. O que alegadamente se passou no Ministério da Defesa - ajustes diretos para empresas fictícias - merece responsabilidade política. https://t.co/hX1yPa9OSd
— Joana Mortágua ️️️ (@JoanaMortagua) December 20, 2022
A discussão surge no seguimento da operação 'Tempestade Perfeita', desencadeada pela Polícia Judiciária (PJ), em coordenação com o Ministério Público (MP), e que está relacionada com as obras no antigo Hospital Militar de Belém.
A mesma resultou já em cinco detenções - de três altos quadros da Defesa e de dois empresários, suspeitos da prática de vários crimes de corrupção, abuso de poder, peculato e participação económica em negócio.
O principal rosto por detrás do esquema criminoso seria, alegadamente, Alberto Coelho, na altura diretor-geral de Recursos de Defesa Nacional, que terá lesado o Estado em milhões de euros por via da adjudicação a empresas privadas de prestações de serviços por ajuste direito, violando as regras de contratação pública.
Leia Também: "As pessoas têm direito a salários e pensões que acompanhem a inflação"