Com a saída do Governo, na quarta-feira, de Alexandra Reis, a secretária de Estado do Tesouro, subiram para oito as baixas no (novo) Governo de António Costa, com maioria absoluta, que 'saiu' das eleições legislativas antecipadas do passado mês de janeiro.
Mas se ontem eram 8 saídas, esta quinta-feira o número aumentou para onze: com Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestruturas e Habitação, e Hugo Santos Mendes, o secretário de Estado das Infraestruturas, e Marina Gonçalves, a secretária de Estado da Habitação. Ou seja, todos os titulares de 'pastas' no ministério que era tutelado por PNS.
Antes de Alexandra Reis, Sara Abrantes Guerreiro - secretária de Estado da igualdade e Migrações -, Marta Temido - ministra da Saúde -, António Lacerda Sales - secretário de Estado Adjunto e da Saúde - e Fátima Fonseca - secretária de Estado da Saúde - já tinham deixado o Governo este ano.
Mais recentemente, Miguel Alves, que ocupava o cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Costa, também 'caiu'. Em novembro, recorde-se, o antigo presidente da Câmara Municipal de Caminha apresentou o seu pedido de saída do Governo, numa missiva divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro, que aceitou o pedido de exoneração.
A demissão surgiu horas após o jornal Observador ter avançado que Miguel Alves foi acusado do crime de prevaricação pelo Ministério Público, no âmbito de uma certidão extraída do processo 'Operação Teia'.
Também no mês passado, António Costa demitiu os secretários de Estado da Economia e do Turismo - a pedido de António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar. Nesse momento, saíram do elenco João Neves, secretário de Estado da Economia, e Rita Marques, secretária de Estado do Turismo.
João Neves abandonou a equipa da Economia por "divergências de fundo" com o ministro Costa Silva. Rita Marques também saiu na mesma altura.
A saída de Pedro Nuno Santos
"Face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno" do caso da TAP, Pedro Nuno Santos decidiu, esta quarta-feira, "assumir a responsabilidade política e apresentar a sua demissão", já aceite pelo primeiro-ministro António Costa.
A demissão ocorreu cerca de 24 horas após o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter demitido a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros paga pela TAP, tutelada por Pedro Nuno Santos.
De recordar que a saída de Pedro Nuno Santos chegou a ser equacionada em junho, após ter avançado uma solução para o novo aeroporto que não estava concertada com o primeiro-ministro. No entanto, na manhã do dia seguinte, António Costa, que estava em Madrid para a cimeira dos chefes de Estado e de governo da NATO, decidiu revogar o despacho, reafirmando que queria negociar e chegar a um consenso com a oposição.
[Notícia atualizada às 15h38]
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