O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, esteve esta sexta-feira no programa 'Esta Manhã' da TVI, onde comentou a saída do colega Pedro Nuno Santos do Governo e o atual estado do Executivo.
Apesar de garantir que o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação deixou "marcas" importantes no Governo, Duarte Cordeiro realçou que este "é feito de programas" e não de "protagonistas".
"Tive oportunidade ontem de dizer que trabalhávamos em conjunto e trabalhávamos bem. Há um conjunto de marcas que o ministro das Infraestruturas e da Habitação deixa na Ferrovia, no Plano Ferroviário, todo um investimento que está a ser feito e que é determinante para a mudança de padrões de mobilidade, para aquilo que nós desejamos do ponto de vista das alterações climáticas [...] Estou absolutamente certo que as marcas que foram deixadas vão ter continuidade [mas] um Governo é feito de programas, é feito de objetivos estratégicos. Os protagonistas são muito importantes e deixam marcas, mas nós temos um horizonte programado que temos de cumprir", atirou o responsável pela pasta do Ambiente.
Já sobre a crise no Governo, do qual saíram quatro elementos na última semana e 11 em um ano de maioria absoluta, Duarte Cordeiro assumiu que "não é desejável que haja tantas mudanças como aconteceram, mas a verdade é que aconteceram", sublinhando que numa governação existem sempre problemas que têm de ser resolvidos.
Ainda assim, garante que não existe instabilidade nenhuma. "No nosso sistema constitucional a estabilidade decorre na Assembleia da República, e na Assembleia da República não existe instabilidade nenhuma, existe a maioria de um partido político, para um mandato de quatro anos", afiançou.
Perante isso, "o essencial", segundo o ministro, é demonstrar duas coisas: "Que o Governo tem objetivos muito concretos e que está focado em trabalhar e quer resolver os problemas de curto prazo dos portugueses, assim como resolver, de um ponto de vista estrutural, um conjunto de transformações que o nosso país precisa".
E é para isso, segundo Duarte Cordeiro, que a "estabilidade" de uma maioria absoluta será "aproveitada".
Questionado sobre o possível abalo na confiança que os portugueses depositaram em António Costa, nas eleições legislativas de janeiro, e que deu maioria absoluta ao PS, o ministro garantiu que "a confiança mantém-se" porque o Governo demonstra que está "a trabalhar".
"Mostramos que estamos a trabalhar e que sabemos para que é que serve a estabilidade do nosso país e não a vamos desperdiçar", sublinhou.
Antes de terminar, Duarte Cordeiro deixou ainda um recado aos restantes partidos.
"Esperemos que tudo tenha ficado resolvido e que o Governo se foque naquilo que é o objetivo. O que eu desejava também é que os outros partidos políticos se focassem também nas alternativas àquilo que propomos para o país, por exemplo, para aquilo que estamos a fazer na energia, na água, na floresta e discutir opções. Acho que é isso que interessa aos portugueses", concluiu.
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