Depois da passagem de uma chuva matinal, o moliceiro zarpou, com o senhor Alberto ao leme, e os candidatos da Aliança Portugal na proa, ansiosos pela partida: "Então, isto arranca ou não?", perguntava Paulo Rangel, que viu no tempo um bom prenúncio: "Eleição molhada, eleição abençoada".
Nuno Melo tocava a buzina com que os barcos assinalam a sua presença e dirigia farpas ao PS, apontando os coletes salva vidas: "Há quem diga que os socialistas estão a precisar".
A bordo, seguiam outros membros da comitiva da Aliança Portugal, jornalistas e ainda o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, o presidente da Câmara de Aveiro, José Ribau Esteves, o secretário-geral do CDS-PP, António Carlos Monteiro, e o deputado centrista Raul Almeida.
Enfeitada com uma bandeira nacional, Doroteia Verónica deu meia volta junto ao Cais da Fonte Nova, passando em frente a uma dúzia de apoiantes da coligação PSD/CDS-PP, e deslizou até ao antigo edifício da Capitania do Porto de Aveiro.
A viagem, que durou perto doze minutos, foi tranquila, mas Paulo Rangel não temia que o barco virasse: "O máximo que pode acontecer é ter de se nadar até terra".