Há cerca de um mês, o PSD tinha adiantado à agência Lusa um primeiro grupo de pessoas a ouvir no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, à qual se juntam agora mais de três dezenas de personalidades.
Tal como tinha ficado claro na última reunião da comissão de inquérito, os sociais-democratas querem que as audições comecem pela ainda presidente executiva da TAP.
Do ponto de vista governativo, o PSD quer ouvir o atual e o antigo ministro das Finanças, Fernando Medina e João Leão, e também o atual e o antigo ministro das Infraestruturas, João Galamba e Pedro Nuno Santos, este último que se demitiu no final de 2022 devido à "perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno" do caso TAP e da indemnização paga a Alexandra Reis.
Em matéria governativa, o PSD pediu precisamente a audição da antiga secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis e dos ex-secretários de Estado Hugo Mendes e Miguel Cruz, bem como da antiga chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos, Maria Antónia Araújo.
O partido liderado por Luís Montenegro tem também uma longa lista de personalidades ligadas (na atualidade ou no passado) à companhia aérea, entre as quais o atual e antigo chairman da companhia aérea, Manuel Beja e Miguel Frasquilho, respetivamente.
Antonoaldo Neves e Fernando Pinto, antigos CEO, Diogo Lacerda Machado, ex-administrador não executivo, Abílio Martins, ex-vice Presidente do Marketing and Sales, Stéphanie Sá Silva, ex-diretora jurídica e também quem a substituiu na sua ausência são alguns dos nomes relacionados com a TAP que o PSD quer na comissão de inquérito, aos quais se juntam o atual e antigos CFO da empresa.
Da lista do PSD fazem ainda parte o presidente da CMVM, Luís Laginha de Sousa, a Inspeção-Geral de Finanças, os auditores da PwC e membros das sociedades de advogados SRS e da Morais Leitão, bem como elementos da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e da Parpública.
Os empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa também estão entre os nomes que o PSD quer no parlamento, bem como a comissão de trabalhadores do TAP e os diversos sindicatos relacionados com a operação da companhia aérea.
No passado dia 03 de fevereiro, a proposta do BE para constituir uma comissão de inquérito à tutela política da gestão da TAP, com duração de 90 dias, foi aprovada no parlamento, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos.
O texto aprovado sem votos contra estabelece uma comissão parlamentar de inquérito "à tutela política da gestão da TAP" que incida em particular entre 2020 e 2022, averiguando a entrada e saída da antiga governante Alexandra Reis e as responsabilidades da tutela nas decisões tomadas.
O inquérito parlamentar à TAP é presidido pelo socialista Jorge Seguro Sanches, que terá como 1.º vice-presidente o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira e como 2.º vice-presidente o deputado do Chega Filipe Melo.
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