Montenegro manifesta em Bruxelas "toda a solidariedade" com apoio a Kyiv
O presidente do PSD, Luís Montenegro, disse hoje que transmitiu à presidente da Comissão Europeia "toda a solidariedade" do partido com os esforços da União Europeia no reforço do apoio à Ucrânia, incluindo militar.
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Política PSD
À saída de uma reunião bilateral com Ursula Von der Leyen, realizada à margem de uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE), Montenegro disse à Lusa que se tratou de "uma reunião muito produtiva e muito interessante, de reflexão sobre os vários temas que hoje estão em cima da mesa na agenda europeia", à cabeça dos quais o apoio à Ucrânia, que voltará a ser discutido hoje pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 num Conselho Europeu.
"À partida e à cabeça, estará sempre hoje a prioridade que é estarmos ao lado da Ucrânia e podermos ajudar o povo ucraniano perante esta invasão inexplicável e inaceitável por parte da Rússia, e tive ocasião de manifestar toda a solidariedade do PSD com a Comissão Europeia e os esforços das instituições europeias no reforço do apoio à Ucrânia", declarou.
Relativamente à decisão, que hoje deverá ser aprovada pelos líderes dos 27, de a UE adotar um pacote de dois mil milhões de euros para produzir e disponibilizar munições de grande calibre à Ucrânia, com o objetivo entregar um milhão de munições de artilharia ao exército ucraniano nos próximos 12 meses, o líder do PSD manifestou-se totalmente de acordo.
"Nós temos de passar das palavras aos atos, como é evidente, e o apoio também é um apoio militar, não há como dizer de outra maneira. A defesa do território e da soberania ucraniana é a defesa dos valores europeus, de quem acredita no Estado de direito, de quem acredita no respeito pela soberania de cada Estado-membro e de quem está absolutamente contra invasões ilegais e injustificadas", começou por dizer.
Montenegro considerou que "vai haver muito provavelmente consenso dos Estados-membros" sobre esse ponto e manifestou-se convicto de que o Governo português "também estará nesse consenso", acrescentando que o PSD também "partilha desse consenso.
Outro dos principais temas da agenda do Conselho Europeu, que se prolonga até sexta-feira, é a estratégia da UE para melhorar a sua competitividade na escala global, sendo que, nesta matéria, o presidente do PSD disse acreditar que "ainda não se chegou a uma velocidade suficiente para incrementar um ciclo de crescimento e de prosperidade na Europa mais sustentável e mais duradouro, sinceramente".
Segundo o líder do PSD, "a Europa não pode persistir em ser uma geografia cujas regras de comércio penalizam as empresas europeias face a empresas de outras paragens, nomeadamente dos Estados Unidos ou da China".
"Nós temos de saber conciliar o nosso interesse com aquilo que é a globalização e a competitividade também dos vários blocos comerciais", disse, advogando que "é preciso ir mais longe" e "modernizar a produção industrial da Europa, acautelar alguma reciprocidade nas trocas comerciais e apoiar setores estratégicos, como a agricultura e o turismo, que também são estratégicos para Portugal".
Montenegro aproveitou para lançar críticas ao Governo, afirmando que a estratégia da Europa, designadamente o plano industrial do Pacto Ecológico Europeu, "contrasta com aquilo que está a ser feito no país".
"Nós estamos a usar os fundos europeus -- quer os fundos de coesão, quer sobretudo o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] -- para alimentar as lacunas de investimento público que marcaram os últimos sete anos. Eu disse isso à presidente da Comissão Europeia, como disse, de resto, aos meus colegas no PPE", assinalou.
"Isto a mim preocupa-me porque significa que nós poderemos não aguentar o ritmo de evolução da competitividade que os países europeus de uma forma geral estão a tentar incrementar. Portanto, é bom que haja uma política europeia ligada ao apoio às empresas, à competitividade, mas é bom que nós não fiquemos para trás e que nós não sejamos uma espécie de segunda divisão daquilo que é a alavanca de desenvolvimento económico", afirmou.
Luís Montenegro disse também ter tido "ocasião de transmitir à presidente da Comissão o que se passa em Portugal, com uma enorme diminuição do poder de compra, uma enorme incapacidade muitas vezes de poder pagar as despesas mais essenciais, como a alimentação, os transportes, a mobilidade, com o pagamento das rendas das casas ou o aumento exponencial das prestações do crédito à habitação".
Os líderes europeus encontram-se reunidos desde hoje de manhã, em Bruxelas, num Conselho Europeu que tem como convidado especial o secretário-geral das Nações Unidas, e que volta ser marcado pela guerra e o apoio da UE à Ucrânia.
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