Mariana Vieira da Silva fez esta distinção ao nível da atuação política no discurso que proferiu nas Jornadas Parlamentares do PS, em Tomar, numa intervenção dedicada à questão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Um ponto em que também procurou acentuar que foi António Costa quem se bateu por este instrumento financeiro na União Europeia, praticamente desde que assumiu as funções de primeiro-ministro, "e não antes".
Na parte final do seu discurso, sem se referir a qualquer entidade ou corrente política em concreto, a ministra da Presidência rejeitou "falsas dicotomias" entre os setores público e privado em relação ao PRR e aos fundos do Portugal 2030.
Depois, deixou a seguinte mensagem: "Enquanto uns, perante um problema -- umas vezes com um ar mais assustado, outras vezes com um ar menos assustado -- apontam para ele, descrevem o problema e analisam o problema, outros, perante esse mesmo problema, procuram as soluções".
"Procuram construir as soluções e apresentam as respostas. Têm para mostrar essa capacidade de cumprir o programa e de identificar novos problemas que antes não existiam. Perante um olhar de apenas apontar, estamos cá para continuar a responder", declarou, recebendo palmas dos deputados socialistas.
No seu discurso, com cerca de 20 minutos, Mariana Vieira da Silva procurou rejeitar a ideia de que o PRR seja "um bolo que apareceu do nada para distribuir" entre os diferentes Estados-membros da União Europeia.
"Essa ideia não é verdadeira, porque partiu da iniciativa política e de um papel que desde 2015 temos representado em Bruxelas e que até então não representávamos. Quero deixar esta nota", declarou a titular da pasta da Presidência, a quem cabe a coordenação do PRR.
Em relação ao atual ponto de execução do PRR, Mariana Vieira da Silva sustentou que "mais de 77% de todo o volume de financiamento já foi aberto em avisos e concursos".
"Significa que mais de 75% do total das verbas já está alocada. Durante este ano, até 2026, será o período da execução", assinalou.
A ministra da Presidência referiu depois que 10% do total das verbas por si antes mencionadas foram já pagas aos beneficiários, "mas está em curso toda a execução dos investimentos que foram projetados, desenhados e cujos avisos foram lançados", com a posterior seleção dos investidores.
"Agora, é o processo de execução", insistiu.
Leia Também: PS acredita que até ao fim do ano 55% do PRR vai chegar ao país