Este debate de atualidade tem a duração prevista de cerca de uma hora e meia. A abertura e o encerramento cabem ao Chega e ao Governo, estando previstas também duas rondas de intervenções dos vários partidos e do executivo.
Fonte oficial do Ministério da Administração Interna confirmou à agência Lusa a presença do ministro José Luís Carneiro neste debate.
O debate foi requerido pelo Chega depois do ataque com uma arma branca, por um refugiado afegão, no Centro Ismaili, em Lisboa, mas o presidente do partido disse não querer associar este debate "exclusivamente a este caso".
Falando aos jornalistas na quarta-feira, um dia depois do ataque que provocou duas vítimas mortais e um ferido, André Ventura indicou que "o tema tem também a ver com o caso que ocorreu, mas é muito mais vasto e prende-se com as recentes alterações à legislação da imigração que foram levadas a cabo pelo Governo".
"Não queremos associar o debate que vai ocorrer exclusivamente a este caso, temos tido uma série de episódios nos últimos meses de cenários e casos que mostram que o desmantelamento do SEF, as residências automáticas atribuídas pela legislação e a excessiva flexibilização de entrada têm levado a problemas muito sérios nos consulados, problemas de segurança sérios e problemas de imigração sérios", acrescentou.
Antes, na terça-feira, o líder do partido de extrema-direita tinha anunciado que ia propor um debate em plenário "sobre imigração, segurança e terrorismo".
O Chega pediu também que o ministro da Administração Interna fosse ouvido na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias sobre o ataque ao Centro Ismaili, falando o partido num "ato terrorista", mas o requerimento foi rejeitado com os votos contra de PS e BE.
Após o ataque, José Luis Carneiro mostrou-se disponível para prestar esclarecimentos no parlamento sobre o ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, e também sobre outras matérias de segurança.
Na altura, José Luís Carneiro disse que, "quando o parlamento assim o entender", estaria pronto, assim como outros membros do governo, a ir à Assembleia da República "explicar tudo o que tem a ver com a matéria de segurança".
O ministro salientou que tem sido sempre esse o seu timbre, recordando que "já foi várias vezes ao parlamento durante este ano", pelo que "também poderá falar sobre política de imigração" se essa for a vontade dos deputados.
Duas mulheres foram mortas no Centro Ismaili, em Lisboa, na terça-feira, num ataque com uma arma branca por Abdul Bashir, um afegão que foi detido e hospitalizado após ter sido baleado pela polícia.
O ataque -- cuja motivação é ainda desconhecida -- fez mais um ferido, e foi condenado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
O homicida agora detido é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.
De acordo com o diretor nacional da Polícia Judiciária, "não há um único indício" de que o ataque tenha sido um ato terrorista, podendo ter resultado de "um surto psicótico do agressor".
A família de Abdul Bashir chegou a Portugal vinda da Grécia no final de 2021 com os três filhos, viviam em Odivelas e recebiam apoio e formação no Centro Ismaili, que ajuda a comunidade de refugiados em Portugal.
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