O antigo presidente do Partido Social-Democrata (PSD) Luís Marques Mendes considerou, na noite de domingo, sobre os alegados casos de assédio sexual que terão sido praticados por Boaventura de Sousa Santos, que "há uma realidade que é haver uma realidade, há outra realidade que é haver quatro, cinco, seis denúncias".
Marques Mendes, no seu espaço habitual de comentário político na SIC Notícias, referia-se às diferentes denúncias feitas por antigas alunas do professor universitário no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que acusam Boaventura de Sousa Santos de alegados casos de assédio sexual. O professor foi entretanto suspenso, negando qualquer acusação.
Para Marques Mendes, "a quantidade de denúncias, relativamente à mesma pessoa, tornam estas acusações, aos olhos da opinião pública, mais sólidas, mais consistentes, mais credíveis". Algo que "não afasta a presunção de inocência", mas "do ponto de vista da perceção pública torna a situação mais grave".
Boaventura de Sousa Santos alegou, rejeitando as acusações, que "o neoliberalismo está a roubar a alma da solidariedade e da coesão social e criar subjetividades que canalizam os seus ressentimentos para acusações de que sabem não poder haver contraditório eficaz".
Para Marques Mendes, é um argumento "surreal" e "inaceitável". "A culpa é do neoliberalismo? Isto não lembra ao careca. É uma desculpa esfarrapada que só o descredibiliza, porque nesta matéria de abusos sexuais, seja na Igreja, seja na Universidade, seja na sociedade em geral, não há uma dialética de Esquerda-Direita", considerou o antigo líder do PSD.
O que está em causa, sim, são "comportamentos corretos ou incorretos" e "se há abusos de poder", defendeu.
Recorde-se que Boaventura de Sousa Santos, bem como Bruno Sena Martins, foram acusados de ter perpetrado vários episódios de assédio sexual no seio do CES, levando à sua suspensão. Não foi apresentada qualquer queixa formal, mas várias ex-alunas e ex-investigadoras têm vindo a público denunciar os alegados casos, que ambos negam.
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