O presidente do Partido Social Democrata, Luís Montenegro, destacou, esta terça-feira, a isenção da Isenção do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que entra hoje em vigor.
"Avisei que era preciso não dar expectativa às pessoas que depois não se fosse cumprir que depois não se fosse cumprir. Testemunhei que as alterações de preço são inexistentes, e [também] que houve em alguns produtos um aumento de véspera por forma a compensar aquilo que é a sua descida do IVA de 6% para 0%", referiu o líder partidário em declarações aos jornalistas no Mercado Municipal da Brandoa, na Amadora, distro de Lisboa.
"Não é por aqui que os cidadãos no seu dia a dia vão arranjar meios para poder ter uma vida mais digna, no sentido de ter um acesso mais facilitado a bens essenciais como a alimentação, combustíveis, tudo o que são despesas de que não se podem livrar no dia a dia", defendeu Montenegro.
Questionado sobre se deveria haver um reforço na fiscalização deste cabaz especial, mas também de outros, Montenegro foi peremptório: "Se as pessoas pagarem menos IRS eu tenho uma certeza - vão poder mais poder de compra para fazer face às suas despesas", defendeu, garantindo que havendo mais poder de compra, "a fiscalização está feita por natureza". "Quando vamos por vias destas e alimentamos uma grande expectativa, esbarramos com a realidade contrária", afirmou, reforçando a ideia de que houve produtos nos quais "não se mexeu no preço". "Ou mesmo no caso que me foi relatado, os preços subiram para compensar a descida do IVA".
"Há um país de Powerpoint que não tem nada a ver com o país do dia a dia de milhões de pessoas e famílias portugueses", criticou.
Já durante a manhã, o líder do PSD visitou o Mercado da Brandoa, no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal", esta semana dedicada ao distrito de Lisboa, e foi abordado por uma mulher, que acusou esse Executivo de ter cortado a pensão do seu marido e ter sido o Governo de António Costa a repô-la.
Logo nessa ocasião, o presidente do PSD explicou à popular que o executivo PSD-CDS só cortou pensões acima dos 1.300 euros e porque o anterior Governo do PS, liderado por José Sócrates, tinha assinado um memorando financeiro com a 'troika' para assegurar ajuda externa ao país.
Já no final da iniciativa, em declarações aos jornalistas, Montenegro disse não temer que esse passado o venha a perseguir, já que era líder parlamentar nesse período.
"Pelo contrário, eu gosto muito de ser confrontado com aquelas que são as perceções erradas que pessoas têm sobre nós, porque é com essa confrontação que consigo explicar o que aconteceu", respondeu.
O presidente do PSD referiu que, apesar de o primeiro-ministro continuar a "instigar essa mentira", foi um Governo socialista de que António Costa fez parte que "obrigou a tomar medidas financeiras de restrição" e foi o executivo PSD/CDS-PP que recuperou o país.
"Eu não desconheço que as pessoas sentiram profundamente essas restrições, mas é preciso explicar e dar a cara por elas", disse, acrescentou que o governo socialista que se seguiu "usufruiu e desbaratou" o trabalho feito por Passos Coelho.
Montenegro foi mais longe: "Eu ando na rua de cara levantada para responder às dúvidas das pessoas, não ando aqui só à espera de receber beijinhos e abraços e desejos de boa sorte, felizmente que esses são a maioria", disse.
Na visita ao mercado da Brandoa, Montenegro esteve acompanhado por vários dirigentes locais, incluindo Susana Garcia, que foi a candidata do partido nas últimas autárquicas à Amadora e, na altura, elogiada pelo Chega.
Questionado se esse não é um sinal contraditório para os eleitores, depois de ter dito não querer apoio de políticos racistas ou populistas (no que foi entendido como uma demarcação do partido de Ventura), Montenegro respondeu que está "com dirigentes e autarcas do PSD com todo o gosto e todo o respeito pelos valores do PSD".
Com encontro marcado com o Presidente da República para esta tarde, Montenegro foi questionado sobre se achava se Marcelo Rebelo de Sousa o ia questionar sobre com quem ele gostaria de formar governo - referindo-se a questão a eventuais coligações.
"Aqui, no Marcado da Brandoa, ninguém está preocupado com isso", rematou
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