O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, recorreu às redes sociais, esta quarta-feira, para voltar a pronunciar-se sobre a polémica que 'rebentou' depois de ter sido conhecido um vídeo no qual altas figuras do Estado, entre as quais o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, conversam, entre outros assuntos, sobre os liberais.
"Com Eduardo Cabrita, o culpado era o motorista", começou por escrever Rui Rocha numa publicação partilhada no Twitter, referindo-se ao acidente que aconteceu em 2021 com o carro que transportava Eduardo Cabrita, então ministro da Administração Interna. Do acidente, que aconteceu na A6, quando o carro em questão seguia em alta velocidade, resultou uma vítima mortal, um trabalhador que estava a fazer manutenção na via.
"Com Fernando Medina, o culpado era o encarregado de proteção de dados", continuou, referindo-se à partilha da Câmara Municipal de Lisboa com a embaixada russa de dados de três cidadãos russos que organizaram uma manifestação pró-Navalny, um dos opositores do presidente do país, Vladimir Putin. A situação aconteceu em 2021, quando Medina era autarca.
"Com Augusto Santos Silva, o culpado é o operador de câmara", rematou o líder dos liberais, numa declaração que é a continuação das suas críticas à polémica, que se instalou na quarta-feira à noite.
Com Eduardo Cabrita, o culpado era o motorista.
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) April 27, 2023
Com Fernando Medina, o culpado era o encarregado de protecção de dados.
Com Augusto Santos Silva, o culpado é o operador de câmara.
Em causa está um vídeo divulgado no site da Assembleia da República, no qual Santos Silva é ouvido a dizer que "aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com Lula da Silva] não é nada", porque "há sempre quem faça pior". No mesmo momento, o presidente da Assembleia da República falou em "falta de integridade política"- tendo depois disso, em comunicado, argumentado que "nunca se referiu à IL nos termos divulgados".
A intervenção de Santos Silva acontece na presença do primeiro-ministro, António Costa, e também do Presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa. As imagens foram, entretanto, apagadas do site.
Já hoje, no Parlamento, o responsável pediu desculpas, sublinhando que a recolha tratou-se de uma "flagrante violação de direitos e liberdades mais fundamentais das personalidades que foram vítimas desta operação", que "não pode acontecer novamente".
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