Os 654 delegados poderão escolher entre duas moções: a A, encabeçada pela deputada Mariana Mortágua e com muitos nomes da atual direção, e a E, que junta críticos e cujo porta-voz à convenção é o ex-deputado Pedro Soares.
Após uma incursão inédita no distrito do Porto em 2021, a XIII Convenção Nacional regressa no sábado e domingo ao pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, sob o mote "Levar o país a sério" e na qual começará um novo ciclo de liderança perante os desafios de uma maioria absoluta do PS e um bancada parlamentar reduzida após o desaire eleitoral das últimas legislativas.
Com início dos trabalhos previsto para as 11h00, o momento mais aguardado da manhã da reunião magna bloquista será a intervenção de abertura feita por Catarina Martins, que marcará o fim da sua era como líder do partido.
Antes da interrupção para almoço, os delegados vão discutir e votar as alterações aos estatutos e, para o início da tarde, estão previstas as apresentações, debate e conclusões das moções de orientação política.
Pela moção A, intitulada "Uma força, muitas lutas", segundo informação adiantada à agência Lusa, será precisamente Mariana Mortágua a fazer esta apresentação.
A moção A, subscrita também por Catarina Martins - que apesar de deixar a liderança continuará na Mesa Nacional e Comissão Política, como revelou à Lusa - conseguiu eleger 81% dos delegados (530 no total) que irão votar, devendo sair vencedora desta convenção.
Sob o mote "Um Bloco plural para uma alternativa de esquerda - um desafio que podemos vencer!" e com 14% dos delegados, a moção E será previsivelmente apresentada por Pedro Soares, uma moção que tem entre os mandatários o histórico Mário Tomé.
Depois da apresentação das moções será tempo para as intervenções políticas na reunião magna, esperando-se ouvir, como habitualmente, nomes como os fundadores Francisco Louçã, Luís Fazenda e Fernando Rosas ou a eurodeputada Marisa Matias, entre outros nomes de relevo no partido.
Pelas 17h00, abrirão as urnas - que só fecham no dia seguinte de manhã - para a eleição dos órgãos nacionais, a Mesa Nacional e a Comissão de Direitos.
Em entrevista à agência Lusa na hora da despedida de uma década de liderança, Catarina Martins deixou avisos sobre a urgência de António Costa fazer mudanças profundas no seu Governo para que a legislatura possa chegar ao fim e reiterou críticas à maioria absoluta do PS.
Sobre a sucessão, a ainda líder vê Mariana Mortágua mais preparada e com mais experiência do que aquela que tinha quando assumiu os comandos bloquistas, considerando que o partido está a recuperar depois da pesada derrota das eleições legislativas antecipadas de 2022.
Catarina Martins revelou ainda que, após 14 anos como deputada, vai deixar o parlamento no final desta sessão legislativa, escusando-se a abrir o jogo sobre o futuro e dizendo apenas que nesta altura vai descansar.
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