Ana Gomes comentou, esta segunda-feira, o facto de a Comunidade Israelita do Porto (CIP) ter alegado que informou o gabinete do primeiro-ministro sobre a possibilidade de o oligarca russo Roman Abramovich investir em Portugal, defendendo que esta questão deve ser "política e judicialmente escrutinada".
Sublinhe-se que em causa está uma investigação do Público, que revela uma carta enviada pela comunidade ao comissário europeu da Justiça, Didier Reynders que dá conta de que António Costa sabia do interesse do empresário em investir no nosso país.
A CIP disse ter comunicado ao gabinete do primeiro-ministro essa possibilidade a 30 de agosto de 2020, oito meses antes da naturalização de Abramovich. Além disso, a CIP diz que Pedro Siza Vieira e Francisca Van Dunem, ministros da Economia e da Justiça na altura, respetivamente, também receberam essa informação.
"Ora aqui está uma questão a ter de ser política e judicialmente escrutinada. Mas governantes sacodem a água do capote. E a Justiça abobora", começou por escrever Ana Gomes numa publicação divulgada no Twitter.
"Entretanto, ninguém retira a fraudulentamente obtida nacionalidade portuguesa ao oligarca russo. Portugal, paraíso para cleptocratas", acrescentou a antiga embaixadora.
Ora aqui está uma questão a ter de ser política e judicialmente escrutinada. Mas governantes sacodem a água do capote. E a Justiça abobora. Entretanto, ninguém retira a fraudulentamente obtida nacionalidade portuguesa ao oligarca russo. #Portugal, paraíso para #cleptocratas. https://t.co/JAL7uuZMNM
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) June 5, 2023
De realçar que o gabinete de António Costa disse ao Público que "teve apenas conhecimento do processo de Roman Abramovich pela comunicação social", não respondendo a perguntas concretas, segundo o diário.
Já Pedro Siza Vieira confirmou uma reunião com a CIP, mas notou que não se recorda de ser referido o nome do oligarca russo: "Foi uma visita de cortesia, com nenhuma menção de investimentos em concreto ou a processos de nacionalidade", afirmou.
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