"Era o que mais faltava" sentir-me um "ramo morto" neste Governo

João Galamba teceu hoje comentários aos jornalistas, tocando em algumas das polémicas que o têm circundado.

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© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Andrea Pinto com Lusa
14/06/2023 12:14 ‧ 14/06/2023 por Andrea Pinto com Lusa

Política

Galamba

O ministro das Infraestruturas não quis reagir diretamente ao discurso do 10 de Junho de Marcelo Rebelo de Sousa, em Peso da Régua, mas garantiu que está empenhado em fazer "bem" o seu trabalho e que não se sente um elemento a mais neste Governo.

"Era o que mais faltava" sentir-me um "ramo morto" neste Governo, respondeu João Galamba, quando questionado sobre a forma como, alegadamente, o chefe de Estado se referiu a si no discurso que protagonizou no Dia de Portugal.

Recorde-se que Marcelo Rebelo de Sousa disse ser necessário cortar “ramos mortos que atingem a árvore toda”, no discurso de 10 de Junho. Galamba não comentou o discurso propriamente dito, recusando-se a "fazer considerações hermenêuticas sobre botânica e viticultura".

As celebrações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, ficaram assinaladas pelo discurso do Presidente da República - onde se destacaram o que parecia ser alguns 'recados' ao Governo e ao ministro João Galamba.

Nesse discurso, Marcelo Marcelo pediu um Portugal "mais forte e mais justo cá dentro" e no que podia ser entendido como um recado ao ministro das Infraestruturas, João Galamba, envolto em polémica, o Presidente afincou: "É preciso cortarmos os ramos mortos, que atingem a árvore toda". Mais tarde, porém, o próprio Marcelo Rebelo de Sousa negou o paralelismo.

"Não vou entrar em considerações" nem "dedicar o meu tempo a questões laterais", referiu o ministro, afirmando que a sua "única preocupação é fazer o meu trabalho e fazê-lo o melhor que sei".

Ainda relativamente à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP e aos pedidos de demissão de que tem sido alvo, o governante socialista diz que "olha com indiferença" para esses pedidos e nega que tenha mentido na CPI, tal como o acusa o PSD.

"É um ato de desespero da oposição que, como se tem visto, pouco ou nada tem a dizer sobre o país e as coisas que preocupam o país. É sinal de falta de alternativa, não tem nada para dizer", atirou, referindo que "qualquer pessoa que veja detalhadamente a minha audição e a do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro perceberá que não se mentiu".

"As pessoas podem dizer o que quiserem, mas a realidade sobrepõe-se àquilo que as pessoas dizem", salientou.

"O PSD pode dizer o que quiser. É natural que se foque apenas no último ponto [da comissão parlamentar de inquérito à TAP] e já foi tudo dito. Já o disse várias vezes, qualquer pessoa que veja detalhadamente a minha audição e a do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro perceberá isso mesmo", reiterou João Galamba, referindo-se ao facto de o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, ter pedido a sua demissão depois da audição do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que relatou uma versão diferente da do ministro das infraestruturas na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP.

João Galamba disse, ainda, esperar que a CPI à gestão da TAP, que está quase a chegar ao fim, "corra bem" e negou estar preocupado com as conclusões do inquérito, dado que "como já disse o primeiro-ministro, grande parte do inquérito é de quando não tinha ainda responsabilidade" nesta pasta.

Recorde-se que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi um dos alvos da comissão parlamentar de inquérito à TAP, após pedido urgente, sobre a exoneração por justa causa de Christine Ourmières-Widener e a reunião preparatória de janeiro - e consequente polémica sobre as notas daquela reunião, que culminaram com cenas de pancadaria nas instalações do seu próprio ministério. 

[Notícia atualizada às 14h38]

Leia Também: IL considera insistência em manter Galamba "completamente despropositada"

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