A líder do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, partilhou testemunhos de pessoas "relativamente à sua situação habitacional" e acusou o Governo de "deixar as pessoas entregues aos juros altos e às rendas milionárias".
"Pedimos testemunhos, recebemos centenas de relatos sobre a crise da habitação. Se o Governo já não apresentava qualquer solução para baixar o preço das casas, o PS conseguiu recuar até nos vistos gold. Radical é deixar as pessoas entregues aos juros altos e às rendas milionárias", escreveu na rede social Twitter, na descrição de um vídeo onde partilhou testemunhos.
Num vídeo de uma sessão na Assembleia da República, a bloquista referiu que o partido recebeu "centenas" de testemunhos, que "são hoje a realidade de uma grande parte das pessoas".
"São os nossos amigos, são os nossos familiares, são os amigos dos nossos amigos, são os amigos dos filhos, são os netos", sublinhou, considerando tratar-se de uma "situação generalizada porque é uma catástrofe na habitação".
Pedimos testemunhos, recebemos centenas de relatos sobre a crise da habitação. Se o Governo já não apresentava qualquer solução para baixar o preço das casas, o PS conseguiu recuar até nos vistos gold. Radical é deixar as pessoas entregues aos juros altos e às rendas milionárias. pic.twitter.com/NKH01jwbPS
— mariana mortágua (@MRMortagua) July 4, 2023
Mariana Mortágua leu um testemunho de uma filha, cuja mãe teve de começar a partilhar casa aos 60 anos. "A minha mãe tem 64 anos, teve num quarto e teve de começar a dividir casa com estranhos aos 60 anos".
Noutros casos, há "três pessoas" - dois pais e um filho - "num quartinho em Lisboa" ou uma mãe que partilha um T0 com a filha em Queluz. "Pago 550 euros, recebo o salário mínimo nacional, depois de pagar as contas fico sem nada para viver", leu a bloquista.
Há ainda relatos de uma mãe que terá de abandonar a casa onde vive até janeiro de 2025 e "cartas de despejo".
Neste sentido, a bloquista considerou que "não há nada" no Programa Mais Habitação "que reduza o preço exorbitante das casas".
"O que é que o Governo vai fazer com as pessoas que estão a deixar de comer para poder pagar a prestação ao banco?", questionou, considerando que as medidas apresentadas "mantém os problemas estruturais da habitação tal como estão".
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